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Cultivo de soja transgênica cresce no Estado

<p>O fato de a ABPT ter conseguido liberar na Justiça a exportação de soja modificada através do Porto de Paranaguá, também deve incentivar os produtos a investirem neste tipo de produto.</p>

Redação (04/10/06)-  A safra de soja 2006/2007 do Paraná, que começa a ser plantada na segunda quinzena deste mês, deve ter um índice de 50% de produto transgênico. A previsão é do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Segundo o gerente técnico-econômico da Ocepar, Flávio Turra, a área de soja geneticamente modificada deve aumentar porque este produto tem um custo de produção mais barato e o preço pago ao produtor é igual ao do produto convencional. O fato de a Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABPT) ter conseguido liberar na Justiça a exportação de soja modificada através do Porto de Paranaguá, também deve incentivar os produtos a investirem neste tipo de produto.

Segundo dados da Ocepar, cerca de um terço da safra 2005/2006 foi de soja transgênica. A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) estimou a produção de soja modificada em 20% da área plantada. Para a próxima safra, a Seab informou que não tem como estimar o que será transgênico porque ainda não foi realizado o plantio.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), a área plantada deve ser 7% maior que no ano passado, e atingir 3,91 milhões de hectares. Turra acredita que o aumento na área plantada não será muito significativo porque os preços pagos ao produtor devem ficar muito semelhantes aos deste ano. “”O produtor está descapitalizado com a estiagem, a geada e as adversidades climáticas que ocorreram nesta safra e com os preços baixos. Com isso, o agricultor deve investir menos em soja””, disse.

Neste ano, o Paraná produziu 9,26 milhões de toneladas de soja. Para a próxima safra, a previsão da Seab é de 11,76 milhões de toneladas, ou seja, 27% a mais. Turra explica que não será, na verdade, um aumento de produção mas, um retorno aos patamares normais de produtividade.

Ele também acredita em um aumento na cotação da soja no mercado internacional para o próximo ano. Turra estima que o produto chegue a 6 dólares por bushel (cada bushel equivale a 27,2 quilos). Hoje, o produto está em um patamar de 5,60 dólares por bushel.

Turra lembrou que, neste ano, houve uma realocação dos destinos de exportação de soja transgênica. Com isso, o Porto de Paranaguá deixou de ser o maior exportador e perdeu para o Porto de Santos. Os exportadores ainda procuraram outros destinos como o Porto de São Francisco (SC). “”Houve uma mudança de logística por parte dos exportadores. Eles já descobriram o caminho alternativo””, disse.

O assessor técnico-econômico da Faep, Carlos Augusto Albuquerque, acredita que pode até haver aumento da área plantada mas, como os produtores estão endividados e não terão recursos suficientes para investir em tecnologia, insumos e fertilizantes, a produtividade não deve crescer.