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Mandelson alerta que Rodada de Doha está nas mãos dos EUA

<p>Os Estados Unidos precisam apresentar uma nova proposta de subsídios.</p>

Redação (06/09/06)- O comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, alertou ontem que, sem uma nova proposta de corte de subsídios agrícolas dos Estados Unidos, não haverá avanços nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em discurso para deputados europeus, Mandelson classificou a reunião no Rio de Janeiro, neste fim de semana, de uma “oportunidade para avaliar como seguir adiante nas negociações”. Mas insistiu que nada será resolvido antes de novembro, quando se realizam eleições legislativas nos Estados Unidos.

Segundo Mandelson, a atual proposta dos Estados Unidos para os subsídios acabaria aumentando a possibilidade de o país ampliar o financiamento da agricultura para US$ 22,7 bilhões por ano. Para ele, isso é “inaceitável”, principalmente diante da perspectiva de perdas para a economia agrícola européia de US$ 20 bilhões por ano por causa da abertura.

Na avaliação do comissário europeu, só com liderança política é que a rodada será destravada. “Precisamos ter uma ambição realista”, disse Mandelson, negando que a sua oferta de corte de tarifas de importação seja pequena. Washington acusou Bruxelas de propor uma redução limitada de suas barreiras à importação de produtos agrícolas. Peter Mandelson, que também fará uma visita a Washington no fim deste mês, acredita que as posições dos diversos países sobre a agricultura não são irreconciliáveis.

Oferta maior – Ele garante que a UE pode oferecer cortes de tarifas mais próximos do que querem Brasil e Índia (que integram o Grupo dos 20, o G-20), mas exige que o governo de George Bush faça a sua parte. Para o comissário, se não houver um acordo no capítulo agrícola das negociações, a OMC não poderá falar no corte de tarifas de importação de produtos industriais e de serviços, áreas em que está o interesse maior dos países ricos.

“Sem uma mudança na posição americana, países em desenvolvimento como Brasil e Índia não estarão dispostos a oferecer maior acesso a seus mercados de produtos industriais e serviços”, afirmou. Segundo Mandelson, acordos regionais são apenas ” complementos” e não alternativas ao sistema multilateral.