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Controle da soja "responsável" em análise

<p>O objetivo é evitar prejuízos a habitats considerados de alto valor ambiental, como Bioma Amazônico, Mata Atlântica e Chaco.</p>

Redação (01/09/06)- Produtores de soja, indústrias e organizações não-governamentais (ONGs) devem concluir nesta sexta-feira, durante o II Fórum Global de Soja Responsável, realizado em Assunção, Paraguai, a proposta de criação de um organismo internacional para definir regras socioambientais que garantam uma produção “responsável” da soja.

Leonardo Lacerda, superintendente de conservação da WWF-Brasil, diz que o órgão também vai monitorar a produção mundial do grão. O objetivo é evitar prejuízos a habitats considerados de alto valor ambiental, como Bioma Amazônico, Mata Atlântica e Chaco. Para Roberto Peiretti, vice-presidente da Confederação de Associações Americanas por uma Agricultura Sustentável (Caapas), é quase inevitável a expansão das fronteiras agrícolas sobre essas regiões, tendo em vista que a demanda por alimentos deve dobrar em 30 anos.

“Por isso é fundamental incentivar ações para minimizar os efeitos indesejáveis desse avanço”, afirmou. Na Argentina, exemplificou, a expansão das lavouras nas províncias de Tucumán e Jujuy já atinge florestas que cobrem as encostas dos Andes. No Brasil, denúncias de trabalho escravo e o plantio de soja no Bioma Amazônico preocupam.

Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Óleos Vegetais (Abiove), diz que o cultivo nessa área ocupa 1,15 milhão de hectares e gera até 4 milhões de toneladas por safra (4% da safra nacional). Em julho, as indústrias assinaram documento comprometendo-se a erradicar, em dois anos, a compra de soja dessas regiões. A Embrapa desenvolve um projeto para monitorar o Bioma Amazônico por satélite. De forma individual, o Grupo Maggi investe US$ 1,5 milhão por ano no monitoramento via satélite das fazendas de seus fornecedores.