Redação (21/08/06)- A soja produzida na Amazônia pode ficar encalhada por pressão dos consumidores e ecologistas europeus, que decidiram boicotar os produtores brasileiros que plantam em áreas desmatadas da região ilegalmente. Em busca de terras baratas, fazendeiros de várias regiões do País acabam comprando na Amazônia áreas de floresta que pertencem à União. Os vendedores são grileiros que se associam a donos de cartórios. Um deles, em Altamira, foi fechado depois de tentar legalizar áreas públicas.
De acordo com o Instituto de Terras do Pará, existem no Estado 412 mil propriedades rurais. Pelo menos 300 mil estão em situação irregular. Falta principalmente documentação. O município de Moju é um dos campeões em fraudes. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área desmatada na Amazônia brasileira já passa de 650 mil quilômetros quadrados, uma área maior que os três Estados da região sul.
A soja, principal lavoura da Amazônia, já ocupa mais de 1 milhão de hectares. Mas agora, por causa da pressão dos consumidores europeus, as empresas importadoras decidiram suspender por dois anos a compra da soja brasileira plantada em áreas desmatadas ilegalmente. Uma multinacional que construiu em Santarém um porto para escoar a produção acredita que é possível atender às exigências. Na tentativa de conter o desmatamento e a grilagem, a Justiça do Pará bloqueou milhares de registros de imóveis com indícios de fraude. As informações são do Jornal Hoje, da TV Globo.