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Doenças das aves causam reflexos no mercado do RS

<p>Neste contexto, quem lucra é o consumidor, que tem oferta e a preços acessíveis.</p><p></p>

Redação (16/08/06)- Nem bem os avicultores con-seguiram se recuperar dos reflexos provocados pela disseminação da gripe aviária nos países europeus sobre os preços do frango, um foco da doença de Newcastle, descoberto em maio deste ano e divulgado no mês de julho, no Rio Grande do Sul, mantém os preços baixos. Neste contexto, quem lucra é o consumidor, que tem oferta e a preços acessíveis.

O gerente de um supermercado observa a estabilidade dos preços há mais de dois anos. Hoje o quilo do frango inteiro custa R$ 2,49 e da coxa e sobrecoxa, R$ 1,79. No entanto, dependendo da concorrência, já estiveram bem mais baixos, em R$ 1,99 o frango inteiro e entre R$ 1,39 e R$ 1,49 a coxa e sobrecoxa.

Hoje os preços estão um pouco mais altos, na visão do gerente de um atacado local. Hoje, cortes como a coxa e sobrecoxa subiram um pouco e são vendidas a R$ 1,79 o quilo, mas já chegaram a custar entre R$ 1,19 e R$ 1,29. Mesmo assim, os preços ainda são considerados baixos pelos comerciantes.

Mesmo que a Região Sul esteja bem distante do foco da doença, os efeitos sobre o mercado são devastadores, e semelhantes aos prejuízos provocados pela febre aftosa, pois o estado atingido fica fechado para a exportação e a produção acaba caindo no mercado interno, o que gera a concorrência, explica o gerente da avicultura da Cosulati, Dilmar Zanatta.

Segundo ele, dependendo do corte, os preços ao consumidor chegaram a cair 70% desde o início do ano. A empresa resiste aos efeitos negativos do mercado e mantém a sua produção em 23 mil abates diários. Zanatta também garante que não houve redução de pessoal. Mesmo distantes dos focos, as empresas acabam caindo numa vala comum do mercado, sobretudo pela restrição imposta pelos mercados importadores.

Foco no estado foi descoberto em maio
A doença de newcastle foi descoberta, em 4 de maio, em aves de uma criação de fundo de quintal, no município gaúcho de Vale Real, a 90 quilômetros de Porto Alegre. O diagnóstico virológico foi confirmado apenas no dia 4 de julho pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Campinas, São Paulo.

Foram tomadas todas as medidas sanitárias previstas no Plano Nacional de Contingência à influenza aviária e à doença de newcastle pelas autoridades sanitárias do estado. As aves apresentaram andar cambaleante, prostração, diarréia branca e redução do consumo de água e alimentos. A doença afeta apenas as aves, sem hipótese de transmissão ao ser humano. Mais de 50 países importadores suspenderam a compra de aves do Rio Grande do Sul.

A última ocorrência da doença no país foi diagnosticada em Nova Roma, Goiás, em 2001. Em solo gaúcho, não era constatada desde 1984 e o estado considerado livre da doença pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), desde 2003.

Mapa divulga novo caso em Manaus

Ontem, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a ocorrência de doença em um pato numa propriedade localizada próximo ao parque industrial de Manaus, Amazonas. O caso foi identificado durante atividades de monitoramento para influenza aviária e doença de Newcastle em propriedades com populações avícolas de subsistência, localizadas no raio de dez quilômetros, ao redor de sítios de invernada de aves migratórias.

Segundo nota técnica divulgada pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), no dia 21 de junho foram colhidas amostras de soro de nove patos e seis galinhas numa dessas propriedades e no dia 5 de julho o material foi enviado ao Laboratório Nacional Agropecuário de São Paulo (Lanagro-SP). No momento da colheita do material as aves não apresentavam sinais clínicos da doença.

No dia 7 deste mês, o laboratório confirmou o isolamento viral em amostra colhida em um pato. Em seqüência, foi determinado o índice de patogenicidade intracerebral (Ipic) de 1,88. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) considera doença de Newcastle quando o Ipic encontrado nas amostras é igual ou superior a 0,70.

Após a confirmação laboratorial, todas as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência foram adotadas, incluindo ações de restrição de trânsito de animais e produtos de risco. A última movimentação de aves ocorreu no dia 11 de julho. Todas as aves da propriedade foram sacrificadas, na segunda-feira.

As atividades de monitoramento das rotas das aves migratórias estão previstas no Plano Nacional de Prevenção à Influenza Aviária e à doença de Newcastle. Nos meses de maio e junho, o Mapa, com apoio da Comissão Executiva de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado do Amazonas (Codesav), visitou todas as propriedades localizadas num raio de 10 quilômetros em volta do sítio de aves migratórias localizadas próximo à área urbana e ao pólo industrial de Manaus. Apesar de o estado do Amazonas não possuir atividade avícola comercial expressiva, a vigilância nessa área se deve à posição geográfica estratégica nas rotas de migração.

CARACTERÍSTICAS

A Newcastle (DNC) é uma doença viral, aguda, altamente contagiosa que acomete aves comerciais e outras espécies aviárias, com sinais respiratórios (tosse, espirro, estertores) freqüentemente seguidos por manifestações nervosas e por diarréia e edema da cabeça.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Em condições naturais, varia de dois a 15 dias, dependendo de vários fatores como a infectividade do vírus, espécie de ave, idade, estado imunológico, meio ambiente, via de exposição e dose infectante.

Pode atuar nos sistemas respiratório, digestivo e nervoso da ave. A principal via de transmissão é de ave para ave, através de aerossóis. O vírus é eliminado na fase de incubação, na fase clínica e na convalescença da doença. Está presente no ar expirado, nas descargas respiratórias, nas fezes, nos ovos de aves doentes e em todas as partes da carcaça.

SINAIS E SINTOMAS

Desde perda de apetite, severa desidratação, febre, tosse, espirros, diarréia (normalmente esverdeada), tremores, torcicolo, incoordenação motora e em aves de postura, pode ocorrer queda na produção de ovos.