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Criação liberada

<p>Os índios da etnia crikateje, no Pará, foram autorizados pelo Ibama a criar o suíno queixada. Além de alimentação, a atividade pode gerar renda para a tribo. </p><p></p><p></p>

Redação (11/07/06) – A tribo crikateje ainda preserva costumes guardados há séculos. Em uma aldeia no município de Bom Jesus do Tocantins, no Pará, vivem 241 índios da etnia. A dança dos guerreiros e a corrida de toras são exemplos das tradições preservadas por eles.

A pintura com coral, feita com materiais extraídos da floresta é outra característica dos índios. Quem visita a aldeia não escapa dos traços. Guarda a lembrança por um bom tempo. A tinta natural só sai do corpo depois de duas semanas.

Os índios, que sobrevivem principalmente da caça e da pesca, ganharam 15 matrizes do porco queixada, um dos porcos nativos do Brasil. Os animais levados do parque zôo-botânico de Carajás, no município de Parauapebas, depois que o Ibama autorizou a reprodução da espécie na aldeia. Agora, a criação dos porcos passa a ser mais uma fonte de alimentação e de renda para a tribo, que é a primeira a desenvolver este tipo de atividade no Pará.

A gente está criando um sistema semi-aberto, o mais natural possível à realidade regida destes animais. E a gente está em busca de conhecimento ainda para desenvolver esse projeto porque a gente quer ter uma multiplicação de chegar, no mínimo, a 50 animais. Para depois, comercializar. Em princípio, o consumo é mais interno para as festividades próprias da cultura indígena, explicou Ubiratan Sompré, técnico agrícola.

Na cultura dos índios crikatejes, a caça de animais, como os porcos queixada, é comum em datas comemorativas e festas tradicionais da aldeia. A criação faz com que eles possam por um período mais longo deixar de caçar os porcos no seu habitat e usar essa caça somente para esses acontecimentos, completou Raulien Queiroz, administrador regional da Funai.