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Missão de veterinários da UE tende a ser "dura"

<p>Pecuaristas da Irlanda têm feito forte pressão sobre as autoridades da UE para barrar a carne brasileira. </p><p></p>

Redação (05/07/06)- A missão veterinária da União Européia, que está no país desde ontem para avaliar o sistema de defesa agropecuária, fará uma minuciosa análise do caminho percorrido pela carne brasileira destinada ao bloco e do tratamento dispensado pelo governo aos focos de febre aftosa registrados em Mato Grosso do Sul e no Paraná em 2005. A UE embargou a compra de carne bovina de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

Os veterinários europeus ficarão no país até o dia 17 de julho e serão “duros” em sua avaliação, diz o diretor de Programa da Secretaria de Defesa Agropecuária, Jorge Caetano. “O foco deles será, sobretudo, no funcionamento do Sisbov [sistema de rastreamento de bovinos]. Eles farão o caminho inverso da carne para validar o processo de certificação”.

Depois de muitas brigas internas e divergências com o governo, a cadeia produtiva aceitou modificar novamente o Sisbov em menos de seis meses. A mudança, aprovada semana passada, passará a exigir a certificação apenas para destinos onde a prática já existe – hoje, apenas UE e Chile exigem o rastreamento.

Na avaliação do Ministério da Agricultura, os europeus têm sido mais exigentes com as regras do Brasil porque o país tem várias restrições internas ao trânsito de carne bovina e tem diversos “status sanitários”. Alguns em áreas dentro dos próprios Estados, como em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Além disso, pecuaristas da Irlanda têm feito forte pressão sobre as autoridades da UE para barrar a carne brasileira.

A missão será dividida em duas equipes. Uma, de saúde pública, que irá avaliar as condições em abatedouros. A outra, de saúde animal, concentrará a análise nas ações de campo. O roteiro inclui Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. A missão analisará revendas de produtos veterinários, propriedades com animais sentinelas, frigoríficos, assentamentos rurais, barreiras, postos de fronteira e o Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso do Sul (Iagro), responsável pela vigilância e controle da aftosa.