Redação AI (24/05/06)- A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira (24-05) estar extremamente preocupada com a concentração de mortes humanas no norte de Sumatra, na Indonésia, provocadas recentemente pelo H5N1, o subtipo mais mortífero da gripe aviária. A entidade disse à BBC que não há sinais de pássaros doentes na área e que pesquisadores estão no local para investigar se o vírus está se alastrando entre os seres humanos.
A OMS diz que os seis casos em Sumatra são uma grande incógnita. Todos os mortos são membros de uma mesma família. A organização diz que esta é a maior concentração de casos humanos até o momento. Os pesquisadores da OMS que estão no local dizem que não há até agora nenhuma evidência de qualquer mutação no tipo do vírus H5N1 encontrado nesses casos e em amostras coletadas em outros locais de Sumatra.
Sem explicação
Não sabemos o que aconteceu nesse caso. Temos uma grande concentração de casos, muito maior do que qualquer concentração de casos que já vimos antes, disse Peter Cordingley, porta-voz da OMS para a região do Pacífico Ocidental.
Não há explicações sobre como essas pessoas foram infectadas. Se temos uma concentração de casos o que significa pessoas doentes em uma área geográfica limitada e ao mesmo tempo , então temos que verificar o potencial de uma transmissão de humanos para humanos, afirma Cordingley.
A possibilidade de o vírus se espalhar entre humanos é obviamente preocupante, mas o que os cientistas mais temem é uma mutação no vírus, tornando-o mais facilmente transmissível entre humanos, ou pior, misturando-o com vírus de gripe humana e tornando-o ainda mais mortífero, possivelmente provocando uma pandemia.
Até agora, a OMS ainda está trabalhando em suas investigações em Sumatra para descobrir como os membros da família foram infectados. Mas a organização diz que a vila onde os casos ocorreram está tão abalada que tem sido difícil para os seus funcionários conseguirem a cooperação da população local para sua investigação.
A gripe aviária já provocou mais de 120 mortes entre humanos, principalmente em países da Ásia, desde que foi detectada pela primeira vez, em 2003. Até hoje, acredita-se que os casos humanos da doença foram resultado da transmissão a partir do contato com pássaros doentes.