Redação SI (18/05/06)- Pesquisa de US$ 2 milhões evitará o surgimento de falsos positivos nos exames de sorologia. Os laboratórios fabricantes da vacina contra febre aftosa no Brasil pretendem reduzir o percentual de reatividade a anticorpos para parcela próxima de zero até 2008, para evitar diagnósticos de falso positivo nos exames de sorologia. Atualmente, a maior parte das vacinas distribuídas tem reatividade próxima de 2%, segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani.
A reação aos anticorpos é causada por proteínas que se desprendem do vírus utilizado na composição da vacina. A presença dessas proteínas pode ser confundida com a do vírus causador da aftosa. O percentual de 1,5% a 2% é aceitável como reação à vacina, de acordo com Salani. “Nossa vacina e limpa”, disse, destacando que a qualidade da vacina com maior ou menor reatividade é a mesma.
Os testes realizados pelos laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no gado com suspeita de contaminação no Paraná demonstraram reatividade de 12%, parcela que indica que os animais tiveram contato com o vírus e não que se tratava de reação à vacina, segundo o presidente do Sindan. Como o vírus não foi isolado, porém, houve impasses entre o governo federal e o paranaense, que se recusou, inicialmente, a permitir o abate do rebanho.
Salani criticou a demora da liberação dos resultados dos exames do gado do Paraná e a decisão do que seria feito após a divulgação. “Torço para que não haja novos impasses que coloquem em risco a credibilidade do Brasil”, afirmou. Ele ressaltou que, embora o vírus não tenha sido isolado, houve convergência para uma situação de risco nas propriedades suspeitas do Paraná com animais originados do Mato Grosso do Sul.
O presidente do Sindan defendeu que a única maneira de combater a doença n Brasil é por meio da vacinação. Ele estima que a erradicação completa deve ocorrer até 2009. Depois de erradicada a doença, devem ser avaliados o rebanho brasileiro, a situação sanitária dos países vizinhos e o parque industrial que fornece as vacinas, antes de o País decidir se a vacinação será interrompida ou terá continuidade, na avaliação de Salani.
A demanda do governo por vacinas em 2005 é de 380 milhões de doses, quase 4% a mais que o volume comercializado no ano passado. O aumento é explicado pelo empenho do governo em ampliar a vacinação nas regiões Norte e Nordeste. Até fevereiro, foram comercializadas 17,1 milhões de doses da vacina no País.
A expectativa da Merial Saúde Animal é de redução de 9% das vendas. “Quando os focos ocorreram, tínhamos grande estoque regulador, o que nos permitiu ganhar mercado. Este ano, todas as empresas estão com estoque maior”, contou Salani, que também é diretor da empresa.