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Camponeses protestam contra importações de soja da América Latina

<p>Os camponeses verdes austríacos protestaram hoje, por ocasião da Cúpula UE-América Latina e Caribe em Viena, contra as exportações latino-americanas de soja à Europa.</p>

Redação (11/05/06) – Segundo a porta-voz de Agricultura do Partido Verde, Johanna Gerhalter, “as vacas da Europa pastam na América Latina, enquanto a população de lá sofre de fome e inanição, já que boa parte da ração para vacas e porcos consumida na Europa foi produzida na América Latina”.

Por ocasião de uma cúpula alternativa à oficial, os camponeses “verdes” destacaram a responsabilidade da agricultura européia frente à latino-americana.

Graças às importações de forragem, a agricultura européia está em condições de aumentar a engorda dos animais e a produção de leite produzindo a preços de “dumping”, explicaram em comunicado.

Os cultivos de soja na América Latina levam a uma miséria inconcebível e à devastação ecológica, afirma a associação dos camponeses “verdes”, já que por este motivo todos os anos são destruídos 2 milhões de hectares de floresta.

Assim, o cerrado brasileiro é sistematicamente devastado pelas monoculturas de soja e, com, isso se retira da população indígena sua base econômica, afirma Gerhalter em comunicado.

A nota acrescenta que a química e as plantações em grande escala contaminam a água potável e, em conseqüência, os peixes morrem nos lagos e rios, enquanto o uso em massa de produtos químicos danifica a saúde dos trabalhadores.

Além disso, a soja, como produto de exportação mais importante do mundo, desempenha um papel-chave na propagação de tecnologias de manipulação genética.

Segundo os “verdes”, 99% da soja cultivada na Argentina foi submetida a manipulação genética, enquanto o Brasil suspendeu em 2005 uma lei que a proibia, o que levou a mudanças genéticas em 8% da colheita de soja brasileira.