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África aumenta riscos de H5N1 se disseminar

<p>O continente pode se tornar um reservatório da doença.</p>

Redação AI (08/05/06)- O risco de disseminação mundial do H5N1, causador da gripe de aves, está cada vez maior, na avaliação da representante da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Ilária Cápua. “A gripe de aves atingiu a África (sete países), o que é um desastre. O continente pode se tornar um reservatório da doença, e há muitas aves silvestres da África que migram para o mundo todo”, explica Ilária.

A doença pode se tornar endêmica na África, segundo a representante da OIE, principalmente, devido à falta de recursos no continente para desenvolvimento de programas de erradicação da doença. “A comunidade internacional precisa contribuir com a prevenção e combate da gripe de aves nos países em desenvolvimento”, afirma.

Ilária afirma que o combate à doença deve ser feito pela combinação de investimentos em biossegurança e vacinação. “Não existe solução universal. A Tailândia vem investindo em biossegurança, enquanto Itália, Holanda e França realizam vacinação preventiva”, diz. Desde 2003, foram registrados cerca de 4.500 focos do H5N1 no mundo, segundo o vice-presidente da União Brasileira da Avicultura (UBA), Ariel Mendes. Para ele, a gripe de aves continua ocorrendo porque os países da Ásia, exceto Japão, Coréia do Sul e Tailândia, “não foram eficientes na erradicação da doença”.

A representante da OIE avalia que o Brasil é “sábio” ao se preparar por meio do Plano Nacional de Prevenção e Controle da Doença de Newcastle e de Prevenção à Influenza Aviária para uma possível ocorrência da doença. Segundo Mendes, após a regulamentação do plano pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), houve avanços, como o credenciamento de laboratórios para diagnóstico da doença, compra de equipamentos, contratação e treinamento de pessoal.

O Chile, que registrou a cepa H7N3 em 2002, reforçou as ações de monitoramento de aves silvestres, devido aos atuais casos de gripe de aves na Ásia, Europa e África, segundo Jorge Fuller Catalan, do Serviço Agrícola e Pecuário do país. Os entrevistados participaram da Conferência Apinco 2006.