Redação (04/05/06) – Pelo menos quatro cepas do vírus da gripe aviária são capazes de disseminar a próxima pandemia da doença, entre as quais a do vírus H5N1, que matou mais da metade das 205 pessoas que infectou desde 2003, disse o virologista Robert Webster em entrevista concedida em Cingapura, onde ele participa de um fórum sobre gripe aviária.
As cepas do vírus da gripe aviária identificadas como os subtipos H2, H9 e H7 também podem sofrer mutações e assumir formas que poderão ser transmitidas facilmente de pessoa a pessoa, disse Webster, professor da cátedra Rosemary Thomas no St. Jude Childrens Research Hospital de Memphis, no Tennessee (EUA).
É impossível prever quando a próxima pandemia de gripe ocorrerá ou se ela será tão letal quanto a de 1918, que matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, disse Webster.
“Eu tenho estudado isso há 40 anos e digo que não é possível prever uma pandemia”, declarou Webster, 73. “No momento, eu não descarto a possibilidade de o H5N1 vir a ser o causador de uma pandemia”.
O receio em relação ao H5N1, que matou pelo menos 113 das 205 pessoas que infectou desde 2003, despertou a atenção de governos do mundo todo para a possibilidade de, no futuro, uma das cepas do vírus da gripe aviária vir a causar um surto de grandes proporções. Atualmente, o H5N1 apresenta a maior ameaça de pandemia, disse.
“Esse é o pior vírus de gripe que já vi”, disse. “Esse vírus deve ser levado a sério, pois ele pode matar um monte de gente”.