Redação AI (24/03/06)- O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa da Silva Júnior, afirmou que o Brasil, apesar de não registrar ainda nenhum caso de gripe aviária, será o primeiro país em desenvolvimento a ter uma fábrica de vacina contra a doença. O secretário participou quarta-feira de audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado sobre a gripe aviária.
Já no mês de abril, informou Jarbas Barbosa, o Instituto Butantã, com recursos do Ministério da Saúde, começará a fabricar as primeiras doses de uma vacina contra o vírus da gripe aviária (H5N1). Segundo o secretário, já foram tomadas todas as medidas necessárias para enfrentar a doença.
Entre as medidas de reforço da vigilância epidemiológica, Jarbas Barbosa anunciou a constituição de uma rede de 46 unidades sentinelas para coleta de amostras de secreções das pessoas com síndrome gripal para identificação do vírus em 21 estados. Também são realizados inquéritos sorológicos em todos os nove locais importantes de invernada de aves migratórias, para identificar casos de gripe aviária, afirmou.
Uma das vantagens do Brasil no caso da gripe aviária, disse Jarbas Barbosa, é que o país não tem fluxo regular de aves migratórias diretamente da Ásia e da África, onde ocorreu a maioria dos casos da doença. Se a gripe aviária chegar ao país por meio de aves migratórias, a maior possibilidade, acrescentou o secretário, é que seja pela rota das aves que vêm do Canadá e dos Estados Unidos, países que têm mais re-cursos para reagir e combater a propagação do vírus.
Presidida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a audiência contou ainda com a participação da representante do Ministério do Trabalho, Paula Montagner. As empresas de produção e abate de aves, segundo ela, são responsáveis por 1% dos empregos formais no país.