Redação AI (22/03/06)- A gripe aviária é um desafio a mais para a África, que já precisa enfrentar a pobreza, a aids e a malária, afirmou o presidente do Gabão, Omar Bongo, ao inaugurar em Libreville uma reunião de três dias para coordenar planos destinados a conter a propagação do vírus H5N1 no continente.
Diante de cerca de 300 especialistas de 46 países africanos e representantes de seis agências da ONU, reunidos na capital do Gabão, Bongo ressaltou o caráter “muito preocupante” da gripe aviária para a comunidade internacional. Bongo insistiu na necessidade de uma ação coordenada e uma estratégia continental para conter o avanço da doença.
O vírus H5N1 já atingiu Nigéria, Níger, Camarões e Egito, e alguns analistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) acham que ele já está em outros países africanos que desconhecem a situação ou não a admitem.
Na sexta-feira passada o Egito registrou o primeiro caso na África de vítima do vírus H5N1 uma mulher que criava galinhas nos fundos de sua casa. Domingo um homem teve resultado positivo nos testes de contaminação pelo vírus.
O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Anebi Edache, insistiu na urgência de reunir o financiamento necessário para conter a gripe aviária. Ele lembrou aos países e organismos doadores de fundos a promessa feita em janeiro, em Pequim, de destinar US$ 1,9 bilhão à luta contra a praga.
A reunião de Libreville é a terceira no continente africano sobre a gripe aviária, após a convocada em Dacar em fevereiro pelo presidente senegalês, Abdoulaye Wade, e a da União Econômica e Monetária da África ocidental realizada semana passada em Uagadugu, capital de Burkina Fasso.
Os participantes das anteriores reuniões adotaram planos urgentes de luta contra a gripe aviária, cuja implementação exigirá milhões de dólares e a solidariedade da comunidade internacional.