Redação AI 12/12/2005 – O Estado de Pernambuco quer se consolidar como um dos principais produtores de sorgo do país. O produto substitui em parte o milho nas rações para aves por isso o plantio está sendo estimulado e deve sair dos atuais 23,5 mil hectares para cerca de 43,5 mil hectares em 2006. A produção para a próxima safra, segundo estimativas da Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária do Estado (SPRRA), é de que o volume chegue a 97 mil toneladas, mais que o dobro produzido no último ciclo.
” O plantio de sorgo no Estado começou há quatro anos. Iniciamos com apenas 2,3 mil hectares e em 2006 deveremos ter mais de 40 mil hectares plantados. A produção ainda é pequena para atender a demanda, mas já dá um indicativo do potencial ” , diz o secretário de produção Rural, Ricardo Rodrigues. O zoneamento agroecológico, elaborado por Embrapa e SPRRA, indica a existência de 4 milhões de hectares em Pernambuco aptos ao cultivo do sorgo. O mercado também ajuda. Só o setor avícola local consome cerca de 600 mil toneladas de milho por ano.
Mas a cultura enfrenta dificuldades em Pernambuco. Segundo a Empresa de Pesquisa Agrícola de Pernambuco (IPA), oito em cada dez sacas são perdidas pela escassez pluviométrica. Assim, a maior parte do milho é adquirido no Centro-Oeste ou importado da Argentina. ” Ainda não temos idéia de quanto pode ser a redução com a utilização do sorgo produzido no Estado. Isto vai depender do custo de produção do grão, mas as perspectivas são bastante boas ” , diz o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Antônio Corrêa de Araújo.
A procura pelo sorgo é grande e mais de 90% da produção pernambucana foi adquirida por avicultores locais. A Avipe estabeleceu ainda um preço mínimo de R$ 16 pela saca de 50 quilos. Em alguns casos, a saca chega a custar até 18,00.
Outro fator de atração é que os produtores conseguem obter até uma safra e meia por ano por conta do local onde o plantio está concentrado, no Sertão do Araripe, e da variedade utilizada. ” O sorgo precisa de apenas 300 milímetros de água para o seu ciclo de 90 dias. O milho precisa de 600 milímetros por ciclo de 120 dias. Além disso o grão pode ser plantado em consórcio com outras culturas. Este é um fator a mais que tem despertado a atenção dos agricultores familiares do semi-árido ” , diz o diretor de Extensão do IPA, Gilberto Ramos. Segundo o IPA, a maior parte do plantio é feita em áreas que variam de 3 a 10 hectares.