Redação AI 11/11/2005 – A gripe aviária está sendo vista por um grupo de empresários do Paraná como fonte de oportunidades. Integrantes da Unifrango Agroindustrial , empresa formada há três anos por 19 produtores, respondendo por 20% da oferta de aves do Estado, planejam investir R$ 20 milhões em um abatedouro para galinhas de descarte, em Apucarana (PR).
Com a regionalização da avicultura, discutida pelo setor desde os anos 90 e em fase de implantação, o trânsito de animais vivos entre os Estados deixará de ser permitido. Até que a unidade fique pronta, os representantes da Unifrango comprometeram-se a usar, já a partir da próxima semana, os 14 abatedouros existentes nas empresas que fazem parte do grupo, evitando o trânsito das aves fora do Paraná.
“Vamos ganhar muito dinheiro com a gripe. O Brasil vai ser oásis do mundo”, disse ontem (dia 10) o presidente da empresa e do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. Ele contou que, além das medidas em andamento para proteger o Estado de doenças como newcastle e gripe aviária, os empresários pretendem “blindar” a cadeia produtiva com outras iniciativas.
O assunto foi discutido em encontro técnico em Maringá (PR). O governo do Estado apresentou as ações sanitárias na área de aves. O chefe da seção de sanidade avícola da secretaria estadual da Agricultura, Odilon Baptista Filho, contou que 50% dos cerca de 10 mil estabelecimentos de produção de frango foram cadastrados via GPS. O trabalho deve ser concluído este ano.
Baptista Filho informou que foram definidos dez corredores sanitários avícolas para trânsito em emergência sanitária e que o Grupo de Atendimento Sanitário Emergencial para aves começa a receber treinamento em dezembro.
O Paraná é o maior produtor de frangos de corte do Brasil. Em 2005, o Estado deverá abater 23,5% das 8,5 milhões de toneladas totais de carne previstas no país. Diante das ameaças que pairam sobre o setor, há quem defenda uma reavaliação da produção. “Estamos alojando muito frango. Sou favorável a que se reduza de 10% a 15%”, disse Alfredo Kaefer, presidente da Avipar (que reúne os abatedouros do Paraná).