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Superprodução alerta suinocultor

<p>Acsurs projeta incremento de 10% no plantel e propõe novos mercados e marketing para afastar nova crise.</p>

Redação SI 08/08/2005 – Sem a abertura de novos mercados no exterior ou um aumento significativo no consumo de carne suína no país, a projeção de que os plantéis suínos crescerão 10% no ano que vem resultará no recrudescimento da crise que atingiu o setor em 2002. O alerta é do presidente da Acsurs, Valdecir Folador. “Se não conseguirmos exportar, pode haver grande oferta no mercado interno e nova queda de preços.” O presidente da Comissão de Suinocultura da Farsul, João Piccoli, responsabiliza o aumento na retenção de matrizes. “Pela quantidade de matrizes que o produtor está alojando na propriedade, ofertaremos mais do que o mercado procura.” Folador estima o plantel atual em 300 mil matrizes. O RS deve produzir, até o final do ano, 478 mil toneladas de carne suína das 2,7 milhões de t estimadas para o país. Desse total, 18% serão destinado ao mercado extrerno. “Só no primeiro semestre, nossa produção foi de 291,86 mil t.”

O maior indicativo, avalia, são os abates. De 6 milhões de cabeças abatidas no Estado em 2002, o volume caiu para 5,34 milhões no ano passado. Para este ano, a projeção é de 5,94 milhões. “Com 10% a mais, serão 2,9 milhões de t produzidas no Brasil. Para manter o equilíbrio do mercado interno teremos de exportar 100 mil t a mais.”

Folador é otimista quanto à exportação, citando o Japão como potencial comprador, mas aponta necessidade de reestruturação na defesa sanitária e recomenda maior investimento em marketing. “Para ficar no mercado interno, só se houver redução de preço no supermercado.” No varejo, informa, o quilo médio da carne suína ””não baixa de R$ 6,00””, enquanto o suinocultor independente recebe R$ 2,20 pelo quilo vivo; o integrado, R$ 2,00; e o verticalizado, até R$ 10,00 o exemplar entregue à indústria. O custo de produção gira em torno de R$ 2,05 o quilo. “O produtor não pode produzir indiscriminadamente e, na hora de vender, não tem mercado. Depois tem de ficar batendo na porta do banco, do sindicato ou da federação para transferir o problema para os dirigentes”, reclama Piccoli.