Redação AI 07/01/2004 – 04h50 – O aparecimento da doença da vaca louca nos Estados Unidos favorece o Brasil no curto prazo, pois mercados compradores de frango brasileiro, como os do Ásia, já indicaram intenção de aumentar as compras do produto este ano.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Julio Cardoso, lembrou que, por ocasião do aparecimento da doença na Europa, houve transferência de consumo de carne bovina para a de frango.
Contando com isso, a indústria brasileira, que havia estimado em dezembro crescimento de 3% em volume nas exportações de frango em 2004, projeta agora aumento de até 10% – em receita, a alta deve ser de 15%.
“O Brasil está extremamente bem preparado para atender a um aumento da demanda” disse Cardoso, para quem a abertura do mercado norte-americano às carnes brasileiras em 2004 “não é importante”.
Cardoso afirmou que a crise da vaca louca pode ter efeito limitado se não surgirem novos casos da doença no rebanho local. Mas, se houver novas notificações de gado infectado e o país continuar com restrições para exportar, os preços das carnes nos Estados Unidos devem cair e não será interessante exportar para lá. Por outro lado, ele lembra que este é um ano eleitoral nos Estados Unidos, o que deve adiar abertura do mercado para novos países.
A indústria brasileira de frango teve ótimo desempenho no ano passado. Tanto o volume das exportaçõs quanto a receita cambial foram recordes. As vendas externas, por exemplo, atingiram 1,958 milhão de toneladas, crescimento de 20% em relação a 2002. Em receita, as exportações somaram US$ 1,796 bilhão, alta de 28% sobre o ano anterior.
“Além de o volume ser recorde, foi o maior faturamento do setor com exportações e o maior número de mercados atendidos. O ano de 2003 foi, sem dúvida, excepcional” disse o presidente da Abef.