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Asiáticos assediam cooperativas do PR

Estado está produzindo uma safra recorde de 12 milhões de toneladas de soja, mas volume ainda é insuficiente para atender a demanda.

Da Redação 02/02/2004 – 05h37 – Grupos asiáticos e da Europa estão assediando as cooperativas paranaenses para comprar soja em grão e farelo. O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, disse que as cooperativas estão recebendo uma média de quatro grupos internacionais por semana em busca da produção do Estado. “Este ano, a demanda é maior do que a capacidade de produção do Paraná”, afirmou.

O Estado está produzindo uma safra recorde de 12 milhões de toneladas de soja, mas esse volume ainda é insuficiente para atender o aumento da demanda, que surpreendeu produtores e cooperativas no meio da safra. O interesse dos países asiáticos se acentuou num momento que 60% a 70% da safra já estavam vendidos. “Eles chegaram tarde”, admite Edvaldo Antonio Radigonda, gerente da Cooperativa Agrícola Mista Vale do Piqueri (Coopervale), de Palotina. A China importa cerca de 22 milhões de toneladas de soja por ano.

Ocorre que a safra dos Estados Unidos, maior fornecedor dos chineses, quebrou ao mesmo tempo que aumentou a produção da América Latina. “É natural que eles se voltem para o mercado brasileiro”, disse.

Independente da quebra de safra dos Estados Unidos, o mercado está muito otimista. A produção mundial de soja tem a expectativa de aumentar 1% enquanto o consumo mundial está aumentando na ordem de 5,5%. Trata-se de um crescimento expressivo e tudo o que se produzir, será vendido. Diante desse quadro as cooperativas acreditam que farão negócios mais interessantes para a safra 2004/2005, devendo aumentar os lucros.

A Cooperativa Agroindustrial de Campo Mourão (Coamo), uma das que mais recebe a visita de grupos internacionais, está constatando o aumento do interesse dos grupos asiáticos na compra de produtos brasileiros. Apesar dos países europeus serem clientes antigos, a Coamo vem recebendo visitas de grupos portugueses e alemães também intressados na compra de soja e farelo.

“Infelizmente a Coamo não tem mais condições de atender o mercado asiático nessa safra”, disse o vice-presidente da cooperativa, Sergio Luiz Panceri. Segundo ele, toda a produção dos cooperados já está vendida. A Coamo está embarcando uma média de dois navios por mês, que corresponde a aproximadamente 100 mil toneladas entre grão e farelo.

Panceri se manifestou otimista em relação a futuros negócios. Mas, alertou que o sucesso das exportações não depende apenas de boa produção. “Precisa também de uma boa logística o que não está acontecendo.” O empresário disse que agora o governo precisa apoiar o empresariado na formação de infra-estrutura adequada para o escoamento da safra.