Da Redação 09/06/2004 – 06h10 – O avanço da discussão sobre a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) dentro do cronograma previsto (janeiro de 2005) esbarra em um problema, que é a colocação do tema da agricultura na mesa de negociação. A avaliação foi feita pelo diretor geral adjunto da Organização Mundial do Comércio (OMC), Francisco Thompson Flores. Segundo Thompson Flores, o mesmo se aplica em relação à Europa.
O diretor esclareceu que, se ele não puder negociar agricultura nos acordos regional e bilateral, os países terão de esperar a decisão da OMC, em Genebra, para poder realizar os acertos na área agrícola, no sentido de maior transparência, maior abertura de mercado, eliminação de subsídios e regras mais justas. Thompson Flores afirmou ainda que não pode existir acordo regional ou bilateral sem agricultura na pauta.
“Põe o resto e não põe agricultura? Quem vai fazer um acordo desses?”, questionou.
Para ele, a Alca, bem negociada, pode ser muito importante para todos os 34 países envolvidos. O Brasil, disse ele, não pode menosprezar o que representa, por exemplo, os mercados norte-americano e canadense para o país. Thompson Flores declarou que o Brasil está envolvido no momento em três grandes negociações importantes, referentes à Alca, à União Européia e à OMC.
“Estamos jogando em três tabuleiros importantes e complicados”, afirmou, acrescentando que a expectativa é de ganho nos três:” Tem de ser. Senão não tem acordo. Não há país que feche um acordo que não interessa. Então, é melhor não ter acordo.”