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Gripe do frango sofre mutação e fica mais letal

Cientistas afirmam que uma cepa da gripe das aves, capaz de matar seres humanos, está sofrendo mutações e assumindo uma forma ainda mais letal em patos.

Redação AI 29/06/2004 – 08h10 – Uma assustadora cepa da gripe das aves, capaz de matar seres humanos, está sofrendo mutações e assumindo uma forma ainda mais letal em patos, disseram pesquisadores chineses e norte-americanos ontem, dia 28. Eles acrescentaram que o problema precisa ser rapidamente controlado.

Os cientistas descobriram mudanças constantes no vírus batizado de H5N1, que está infectando criações de patos aparentemente sadios. Isso torna o vírus mais propenso a atingir mamíferos como o rato e, talvez, até humanos.

“Nossas conclusões sugerem que é necessária uma ação imediata para prevenir a transmissão dos vírus altamente patogênicos da gripe aviária de patos aparentemente sadios para galináceos ou mamíferos”, escreveram os pesquisadores na edição desta semana da revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

O vírus H5N1 foi localizado pela primeira vez em 1997 em Hong Kong e reapareceu neste ano no Sudeste Asiático, matando 24 pessoas na Tailândia e no Vietnã. Sempre que o vírus surge em criações avícolas, as autoridades matam os animais rapidamente, para impedir a transmissão da doença.

Ao contrário da gripe comum, o vírus H5N1 não é transmitido de pessoa para pessoa e portanto não causa epidemias, ao menos por enquanto. Mas especialistas dizem que o vírus sofre mutações rápidas e, por isso, pode adquirir a capacidade de passar entre humanos a qualquer momento.

Hualan Chen, do Instituto de Pesquisa Veterinária de Harbin (China), e seus colegas analisaram 21 amostras diferentes do vírus H5N1, recolhidas de patos saudáveis criados no sul da China entre 1999 e 2002.

Eles inocularam os vírus recolhidos em vários anos em galinhas, ratos e patos. Os patos não ficaram doentes, mas as galinhas morreram. O mais importante é o resultado em ratos, que são mamíferos e, portanto, mais propensos a reagirem de forma semelhante à dos humanos.

“Observamos um aumento no nível patológico para os ratos com a progressão do tempo. Os vírus isolados em 1999 e 2000 eram menos patológicos (letais) para os ratos do que os isolados em 2001 e 2002”, escreveram eles. Os pesquisadores descobriram algumas mudanças, já esperadas, nos genes que determinam a capacidade letal do vírus. Para eles, esse é um sinal de evolução nesse organismo simples.

Até agora, mais de 100 milhões de aves foram abatidas ou morreram por causa da doença, que pode se espalhar pela Ásia devido à migração dos pássaros, segundo especialistas. Cepas diferentes do vírus estão infectando criações em todo o mundo, mas o H5N1 é o que mais preocupa os especialistas.