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Vantagens de ser um produtor independente

A ACCS, juntamente a pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, faz um levantamento e comprova as vantagens de ser um suinocultor independente.

Wolmir de Souza, presidente da ACCS, fala a suinocultores catarinenses sobre a produção independente

Redação SI 22/09/2004 – Em conseqüência dos rumos que a suinocultura vem tomando, após dois anos de devastadora crise, inúmeros produtores desistindo da atividade com tantos outros diminuindo seus plantéis, a realidade hoje é outra. Com um valor pago pelo suíno, pouco visto ou praticados em tantos anos de história da suinocultura, os heróis e guerreiros sobreviventes estão tendo condições de saldar suas dívidas, reestruturar as propriedades e repor seus plantéis.

Em Assembléia Geral envolvendo toda a diretoria da entidade, presidentes de Núcleos Municipais e Regionais, além de produtores de suínos de todo o Estado, foi discutido e buscado uma orientação para os suinocultores que estão em dúvidas de que atitudes tomar neste momento. Se aumentarem o plantel, poderão estar antecipando uma nova crise, se não o fazem, os “aventureiros de plantão”, e os mega empreendimentos podem ocupar este espaço ocioso. Diante desta situação, foi unânime o pensamento de que os suinocultores integrados, aproveitando o bom momento, devem ser donos do próprio plantel.

De acordo com o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, é hora dos produtores que tem comodato, adquirir suas matrizes, os crecheiros, parceiros e os poucos e resistentes suinocultores que possuem ciclo completo, partirem para a atividade independentes, desestabilizando a verticalização que é um sistema incorreto, que dá a tranqüilidade para as agroindústrias de possuírem o número de animais suficientes para o abate diário, sem se preocupar com uma remuneração mais justa para quem presta os serviços e utiliza de suas instalações e seu trabalho.

“Não estamos recriminando as integrações com agroindústrias, porque esta relação de compra e venda com as integradoras deve haver, o que não pode mais acontecer, é nas parcerias, os suinocultores serem meros trabalhadores braçais a serviço das agroindústrias, sem remuneração justa para tal”. 

Wolmir ressalta ainda que a partir do momento que os suinocultores tiverem a consciência e a possibilidade de manter o seu próprio plantel, deverá haver uma estabilidade maior nos preços, sem grandes riscos de crises tão devastadoras quanto a última.

Os números

De acordo com números pesquisados pela Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, foi chegado a algumas conclusões que os suinocultores poderão se basear com certeza, para mudar de atividade e ser dono de seu próprio negócio.

Para os produtores que comercializam leitões desmamados, com uma média de 22 leitões por fêmea/ano, recebe hoje R$ 63,41, tem um custo de R$ 36,58, obtendo um lucro de R$ 26,83. Já os suinocultores que comercializam leitões em creche, recebem atualmente R$ 94,87 por animal, mas tem um custo de R$ 61,81, obtendo um lucro de R4 33,06.

Para o crecheiro, o custo é de R$ 4,96, mas nem sempre este custo é suprido pelo valor real pago pelas agroindústrias. Enquanto que o terminador parceiro tem um custo de R$ 13,45 mas está recebendo uma valor bem inferior a este.

A maior diferença, porém, e que estimula os produtores a serem independentes, é no ciclo completo, onde os integrados com uma média de 19 leitões terminado/ano, recebem um valor de R$ 253,80 por suíno abatido, quando o custo de produção é de R$ 195,00, lucrando um total de R$ 58,80 por suíno terminado. Enquanto que os independentes, nas mesmas proporções, com o mesmo custo de produção, tem uma lucratividade de R$ 100,00 por animal pronto para o abate.