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Sanidade

OMSA defende vacinação contra gripe aviária para evitar pandemia global

Algumas nações, incluindo os Estados Unidos, têm mostrado relutância devido a potenciais restrições comerciais

OMSA defende vacinação contra gripe aviária para evitar pandemia global

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) está enfatizando a importância da vacinação de aves contra a gripe aviária como medida preventiva para evitar uma potencial pandemia global. Diante da gravidade da situação, os governos estão reavaliando a possibilidade de vacinar as aves como estratégia de controle. No entanto, algumas nações, incluindo os Estados Unidos, têm mostrado relutância devido a potenciais restrições comerciais.

A diretora-geral da OMSA, Monique Eloit, ressaltou a importância de considerar a vacinação como complemento ao abate, que tem sido a principal medida adotada até o momento. Eloit destacou que a recente crise da COVID-19 mostrou a real possibilidade de uma pandemia e que é crucial explorar alternativas eficazes.

A OMSA, com sede em Paris, iniciou uma sessão geral para discutir o controle global da gripe aviária altamente patogênica, conhecida como HPAI. Uma pesquisa realizada pela organização revelou que apenas 25% dos países membros estariam dispostos a aceitar a importação de produtos de aves vacinadas contra a HPAI.

No entanto, no ano passado, os 27 estados membros da União Europeia concordaram em implementar uma estratégia de vacinação contra a gripe aviária. A França, por exemplo, planeja iniciar um programa de vacinação, começando pelos patos, após ter destinado cerca de um bilhão de euros (equivalente a US$ 1,10 bilhão) para compensar a indústria avícola por conta dos abates em massa.

O ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, destacou a responsabilidade de utilizar todas as ferramentas disponíveis, incluindo a vacinação, para proteger a saúde animal, a saúde pública e enfrentar os desafios sociais relacionados à gripe aviária.

Monique Eloit acredita que a iniciativa da União Europeia em adotar a vacinação pode influenciar outros países a seguirem o mesmo caminho. Segundo ela, se um bloco como a UE, que é um grande exportador, adotar essa abordagem, poderá haver um efeito cascata em outras nações.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) continua pesquisando opções de vacinas para proteger as aves domésticas da HPAI. Mas pontua que as medidas de biossegurança ainda são consideradas a forma mais eficaz de mitigar o vírus em lotes comerciais.

Embora o risco da gripe aviária para os seres humanos seja baixo, a Organização Mundial de Saúde Animal alerta que os países devem estar preparados para qualquer mudança no cenário. Eloit sugere que a vacinação seja focada em aves criadas ao ar livre, principalmente patos, uma vez que a gripe aviária é transmitida por aves selvagens migratórias infectadas. Por outro lado, vacinar frangos de corte, que representam cerca de 60% da produção global de aves, é considerado menos prioritário nesse contexto.

Durante o atual surto de HPAI, a cepa H5N1 tem sido identificada em um número crescente de mamíferos, resultando na morte de diversas espécies, incluindo leões-marinhos, raposas, lontras e gatos.