Da Redação 17/01/2003 – Com a melhora do cenário macroeconômico, o crédito a exportação começa a voltar para as agroindústrias. As taxas de juros estão caindo e os prazos de pagamento aumentam. “O furacão já passou”, diz Marco Aurélio Carvalho, gerente-financeiro da trading Coimex.
As linhas de crédito mais comuns para os exportadores são os Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs). A redução do risco-país foi um dos principais motivos para a queda dos juros. O índice caiu 12,16% desde o início do ano, para 1.264 pontos nesta quarta-feira (15).
Além disso, como há mais bancos ofertando as taxas de juro cobradas são menores. Outro fator favorável são as recentes captações de bancos, que aumentam o volume de crédito no mercado. Os prazos de pagamento também estão maiores. Ao invés dos 90 dias obtidos em 2002, o setor consegue linhas de 180 e até 360 dias. “O câmbio ainda é competitivo para exportar. Com a queda das taxas de captação, o cenário é favorável”, avalia João Luís Corbett, diretor-financeiro da SAB Trading. O real se valorizou 7,12% este ano.
A oferta de ACCs também melhorou para os frigoríficos. De acordo com Antônio Mondelli Júnior, da área de exportação do Frigorífico Mondelli, de Bauru, de dezembro para cá, os bancos voltaram a ofertar recursos para ACCs.
A oferta de linhas voltou, mas o Mondelli ainda negocia taxas menores de juros. Na sexta-feira passada, fechou um ACC com juros de 12% ao ano. Antes da crise, as taxas ficavam em 7,5% ao ano.
Mais sorte teve o frigorífico Minerva, de Barretos, que já conseguiu fechar ACCs com juros de 8% ao ano esta semana. “Esperamos que caia para 6%”, diz Edivar Vilela, presidente do Minerva. Segundo ele, as taxas alcançaram 12% no auge da crise.