Da Redação 28/02/2003 – O Brasil deve superar os EUA nas exportações de carnes e soja ainda este ano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As perspectivas são baseadas no Agricultural Outlook Forum 2003, promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em Washington, na semana passada.
Para 2003, as projeções indicam que o Brasil exportará US$ 7,5 bilhões do complexo soja, chegando a 2004 como o maior exportador mundial do produto. Ao anunciar a safra, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que a comercialização dos EUA não deve superar US$ 7 bilhões este ano. Em 2002, as vendas externas brasileiras do complexo soja atingiram US$ 6 bilhões e os EUA, US$ 7,2 bilhões.
Antônio Donizeti Beraldo, da CNA, disse que no Outlook os americanos fizeram painel específico sobre o Brasil e mostraram que, em 2006, em grãos, o Brasil passaria a mais de 25 milhões de toneladas, superando os Estados Unidos. Isto porque a produção brasileira está crescendo e o País tem disponível ainda 120 milhões de hectares agricultáveis e os EUA não têm mais fronteira agrícola.
Carnes – Quanto à pecuária, as diferenças entre custos de produção de carnes nos dois países favorecem a expansão das exportações nacionais em novos mercados, como Rússia e China. As vendas externas de carne bovina “in natura” congelada para a Rússia deverão crescer 100% em relação aos US$ 45 milhões em 2002. Também está em fase de finalização o acordo sanitário entre Brasil e China que permitirá exportações de carne bovina “in natura” e industrializada e carne de frango ao país asiático. Além disso, há perspectiva, nos próximos meses, de abertura do mercado norte-americano a este tipo de carne, o que pode facilitar o acesso do Brasil a outros países.
Paulo Mustefaga, assessor técnico da CNA, acredita que ainda este ano em volume o Brasil possa superar as vendas de carne bovina. Em 2002, as exportações brasileiras foram de 1 milhão de toneladas. A previsão é que o País e os EUA atinjam 1,1 milhão em 2003. Segundo ele, se o Brasil ultrapassar a marca americana, será o segundo maior exportador, atrás da Austrália. O outlook aponta tendência de queda de produção até 2005 no rebanho daquele país.
Beraldo diz que para o Brasil consolidar a posição de grande competidor no comércio agrícola precisará adaptar-se às exigências de segurança alimentar.