Da Redação 26/03/2003 – Com a ajuda do câmbio e das boas cotações na bolsa de Chicago, o produtor brasileiro recebe hoje pela soja os melhores preços registrados em época de colheita desde o início do Plano Real. Em dólar, as cotações são as mais altas desde 1998. Ainda assim, a comercialização está lenta, já que o produtor acredita na tradição de que esses preços da chamada “boca de safra”, apesar de elevados, serão os piores do ano.
O cenário se repete em todo o Brasil. Em Cascavel (PR) e Rondonópolis (MT), a saca sai a R$ 38 e R$ 33,30, respectivamente, contra R$ 20 e R$ 18,30 em março de 2002, conforme a Safras& Mercado. “A remuneração da soja nunca foi tão alta na história da cultura no país”, acredita Seneri Paludo, da Agência Rural.
Mesmo sem o efeito cambial, a remuneração do agricultor continua compensadora. Em Paranaguá, a saca é negociada a US$ 12,20. É o melhor patamar desde março de 1998, quando os preços atingiram US$ 13,72. Na época da colheita no ano passado, a saca estava em US$ 9,50. A atual situação do mercado interno é conseqüência dos preços praticados em Chicago, que se mantém acima de US$ 5,5 por bushel.
Segundo analistas, dois fatores contribuem para fortalecer as cotações: os baixos estoques americanos e a aquecida demanda mundial. “Com a menor produção de outras oleaginosas, aumentou a dependência do mundo por soja”, avalia Renato Sayeg, da Tetras Corretora.