A escassez de chuvas no Meio-Oeste dos Estados Unidos desde o início deste mês tem gerado preocupações entre os agentes do setor de soja, devido aos possíveis impactos negativos no desenvolvimento das lavouras. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a semeadura das plantações foi praticamente concluída no país, e o percentual de lavouras em condições boas e excelentes tem diminuído semana após semana.
Apesar desse cenário, previsões indicam a ocorrência de chuvas nos próximos dias, o que pode amenizar os possíveis danos à produção de soja nos Estados Unidos. Os agricultores e demais envolvidos no setor aguardam com expectativa as condições climáticas favoráveis para evitar impactos significativos sobre as lavouras.
No entanto, mesmo diante das preocupações com a oferta de soja, estimativas divulgadas neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam um expressivo aumento na oferta mundial do grão para a safra 2023/24, assim como na safra brasileira (2022/23). O USDA prevê que a oferta global poderá superar a demanda, o que resultaria em um aumento da relação entre estoque final e demanda total de 27,8% para 31,9%, representando o maior índice em cinco safras.
No mercado interno, além da possibilidade de uma oferta elevada de soja, a desvalorização do dólar em relação ao Real tem exercido pressão sobre as cotações da soja e seus derivados no Brasil na semana passada. Essa conjunção de fatores tem impactado os preços da soja no país, o que tem sido observado pelos produtores e participantes do mercado.
Dessa forma, o setor de soja segue atento às condições climáticas nos Estados Unidos e aos desdobramentos da oferta e demanda global, fatores que influenciarão a movimentação dos preços e a tomada de decisões estratégicas pelos produtores e negociadores.