Redação SI 28/08/2002 – As mais recentes descobertas nas áreas da clonagem e dos xenotransplantes terão um enorme impacto, num futuro breve, na medicina e na vida dos doentes. Esta é a convicção dos investigadores reunidos no Congresso Internacional da Sociedade da Tranplantação, que está acontecendo em em Hollywood (EUA).
Os xenotransplantes, ou transferência de órgãos entre espécies, são considerados, há muito, como uma resposta à falta de órgãos humanos disponíveis para transplante. No entanto, dadas as diferenças entre os sistemas imunitários dos animais e dos homens, esta área de investigação tem tido uma evolução muito lenta.
Mas, no último mês, a ciência deu um passo de gigante neste campo de investigação, com a criação de quatro porcos clonados sem o gene que dificultava a adaptação dos seus órgãos ao corpo humano foi, segundo os especialistas, o passo que faltava para o sucesso na transferência de órgãos de suínos para o homem.
Segundo o pesquisador David K.C. Cooper, coordenador do Grupo de Xenotransplantação da Harvard Medical School, do Hospital Geral de Massachusetts, o trabalho realizado pela companhia PPL Therapeutics PLC., também responsável pela criação da ovelha Dolly, ainda não dá todas as respostas aos problemas e possivelmente mais genes terão de ser desligados. Apesar disso, o passo agora dado é estimulante para os investigadores, porque é uma indicação de que será possível ultrapassar as barreiras atuais.
A clonagem de porcos constitui a mais radical e promissora estratégia na criação de suínos sem a enzima responsável pelas rejeições, considerou o pesquisador Alan Colman, também presente no encontro e um dos criadores da Dolly, o primeiro animal clonado a partir de uma célula adulta.