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Economia

Comércio em queda

De acordo com o USDA, a crise econômica global faz comercialização de produtos agrícolas cair 16%.

Comércio em queda

A crise econômica global provocou uma queda de 16,05% no comércio agricola internacional em valor no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008, revelam dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

As exportações e importações agrícolas caíram 20% apenas entre janeiro e março, uma queda historica. O Japão, principal importador líquido de alimentos do mundo, teve queda de 53%, a China, de 17,3%, e os EUA, 24,3%. Desde então, o declínio nas exportações e importações diminuiu.

Dados do USDA, aos quais o Valor teve acesso, mostram que entre janeiro e junho o comércio agrícola dos EUA caiu 20,16% . Na União Europeia, o recuo foi de 25%, no Japão, de 6%, e na China, de 6,8%. A Argentina teve uma queda de 19% em seu comércio internacional. Já a Venezuela, que compra no exterior a maior parte do que consome, importou menos 65,7% no primeiro semestre, um recorde mundial. O país que se saiu melhor entre os que contam no comércio agrícola global foi o Brasil, com queda de apenas 0,58% nas trocas.

Entre os poucos que tiveram alta no comércio estão a Rússia, com 65%, a Ucrânia com 7,3%, a Guatemala, com 30,6%, e Hong Kong, com 5,7%, mas todos sem peso suficiente para frear a queda total.

O comércio agrícola só deve se recuperar com o fim da recessão, o que o USDA não espera que ocorra antes do último trimestre ou no primeiro trimestre de 2010. Em 2008, as exportações agrícolas representaram 8,3% do comércio global de mercadorias de US$ 15,8 trilhões.

Para o USDA, a solução da crise passa por redução dos desequilíbrios globais, com efeitos substanciais para a composição de commodities de exportação e os grandes mercados para a agricultura americana, que depende de vendas externas de cereais, óleos, algodão e carnes.

Após o declínio de 2009, as importações agrícolas devem retomar o crescimento graças à alta do consumo nos países emergentes e e em desenvolvimento e do maior onsumo de carnes nesses países. No curto prazo (2009-2011), período em que o impacto da crise econômica deve ser mais sentido, as exportações agrícolas de países concorrentes vão crescer mais do que as exportações americanas, por causa dos custos mais altos dos produtores dos EUA. Nesse cenário, os principais beneficiários da redução da competitividade americana são o Brasil, no caso da soja, a União Europeia e a Austrália para o trigo, e Argentina para o milho, na avaliação do USDA.

Washington acredita, por outro lado, que suas exportaçoes de carnes podem crescer mais do que as dos concorrentes, refletindo em parte o forte crescimento esperado para importações de frango e carne bovina durante 2009-2011 e a capacidade de seus produtores de manter vantagem comparativa.

Os produtores americanos estão atentos à variação do dólar e ao comportamento da China como produtor e consumidor. Um dólar fraco ajuda estimula as exportações. E os chineses se tornaram importadores líquidos de várias commodities agrícolas nos últimos anos, devido ao aumento da população e ao forte crescimento econômico, movimento que tem afetado os preços internacionais.