O relatório do USDA liberado na sexta-feira pelo governo norte-americano deixou os produtores de soja em alerta. Conforme o texto, a projeção para a safra dos EUA é de 88,4 milhões de toneladas, inferior aos 90 milhões de toneladas esperados pelo mercado. Apesar da queda, o valor ainda é maior do que o do ano passado e a previsão é que os estoques mundiais cresçam 30%. “Com o dólar em queda, o preço vai sofrer, mas, ainda assim, o produtor vai ter rentabilidade”, explica o consultor Carlos Cogo.
Segundo ele, os produtores estão preocupados com a queda da moeda americana e temem cenário semelhante ao de 2006, quando o governo interferiu no mercado e a cotação do dólar caiu a R$ 1,60. A preocupação motivou o pedido feito pela Câmara Produtiva da Soja de aumento no preço mínimo, quinta-feira ao Ministério da Agricultura. “A soja não é produto que sai com base no preço mínimo e não vai ser preciso intervenção”, aposta. Para ele, mesmo com cotação até 20% menor, os produtores do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, vão ter rentabilidade. Prova disso é a reação positiva ao anúncio na bolsa de ontem. “Isso mostra que o mercado não está tão folgado assim.” Para Cogo, como há 50% da produção mundial em aberto, o clima terá influência na safra sul-americana. “O El Niño aumenta a produção, mas pode trazer umidade”.