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Estiagem que quebra a produção diminui casos de ferrugem asiática

O número menor de focos não significa, porém, que a ferrugem esteja menos agressiva.

Redação (20/01/2009)- Os números de focos da ferrugem asiática da soja na safra atual representam apenas 1/3 dos casos verificados no ciclo anterior. Até o final da tarde de ontem eram 176 ocorrências no Brasil e apenas 29 no Paraná. Na safra 2007/08, na mesma época, eram 433 no país e 167 nas lavouras paranaenses. A explicação está na estiagem. O clima mais seco dificulta o aparecimento e proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da doença. Desde a primeira ocorrência nos campos brasileiros, na safra 2001/02, está evidente que o clima bom para o pleno desenvolvimento da soja também é o ideal para a ferrugem.

O número menor de focos não significa, porém, que a ferrugem esteja menos agressiva, alerta Rafael Moreira Soares, pesquisador da área de Fitopatologia da Embrapa Soja, em Londrina. A principal relação é com o clima, explica Soares, ao lembrar que no ano passado os estados mais prejudicados com a incidência do fungo foram Paraná e Mato Grosso do Sul, que nesta safra contabilizam poucos casos, mas sofrem com a estiagem. No ano passado, a chuva e o clima úmido criaram condições propícias para a ferrugem nessas regiões.

Para as próximas semanas, segundo o pesquisador, a tendência é que as ocorrências aumentem em um ritmo mais intenso, devido ao retorno das chuvas em várias regiões do país e, principalmente, no Sul do Brasil. Além disso, somente agora a maior parte das lavouras entra na fase reprodutiva (a partir da floração), quando a planta fica ainda mais suscetível. Isso tem a ver com o atraso no plantio devido à seca em alguns estados e o excesso de chuva em outros, como na Bahia, por exemplo. Ele admite, no entanto, ser grande a probabilidade de o ciclo 2008/09 terminar com menos ocorrências, a considerar o longo período de estiagem.

Em todo o ano passado, foram 2.106 focos em todas as regiões produtoras do país e 1.038 no Paraná, que registrou quase a metade dos casos. Para o controle do fungo foram necessárias, em média 2,2 aplicações de fungicida.