O mercado de milho pode pegar fogo de novo. Depois do surpreendente corte na estimativa da safra norte-americana, promovido pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) no início de outubro, as atenções começaram a se voltar para o lado da demanda. A começar pelo próprio mercado norte-americano, onde a gasolina vai passar a receber 15% de etanol, que por lá ainda é feito de milho.
O outro ator na balança da demanda é a China, onde a produção local do cereal tem sido insuficiente para atender a intensa procura, aquecida pelo forte crescimento da indústria de ração do país. Até setembro desse ano, os chineses devem importar 1,3 milhão de toneladas de milho, maior volume em 15 anos. Para a próxima safra, as expectativas para as compras chinesas variam de 1 milhão a 5 milhões de toneladas. Tudo para tentar impedir maiores quedas nos estoques estratégicos do país que, dizem os analistas do mercado chinês, não chegam a 10 milhões de toneladas, o suficiente para, no máximo, um mês de consumo.