Redação (10/02/06) – A previsão é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que em seu relatório mensal de oferta e demanda prevê que o Brasil exportará 26,07 milhões de toneladas, superando os EUA, que embarcarão 24,77 milhões de toneladas.
“Isso já era esperado. Afinal, o sistema tributário brasileiro torna mais atraente exportar a matéria-prima, em detrimento dos produtos de maior valor agregado, como o farelo e o óleo”, diz o corretor Renato Sayeg, da Tetras Corretora.
“A tendência é de o Brasil se firmar, cada vez mais, como exportador, enquanto os Estados Unidos devem voltar parcela maior de sua produção para o mercado interno. Em 2004, já fomos o maior exportador mundial do complexo soja”, diz o analista Anderson Galvão, da consultoria Céleres.
Galvão destaca que existem limitações à produção de soja pelos Estados Unidos, como restrições de novas áreas para plantio e avanço do milho, à medida que cresce a demanda por etanol. Além disso, a indústria de alimentos e a fabricação de biodiesel nos EUA necessitam do óleo derivado do farelo de soja.
Para Gonzalo Terracini, da FCStone do Brasil, a soja brasileira é mais competitiva nesta safra em razão dos problemas logísticos ocasionados pela passagem do furacão Katrina nos Estados Unidos. “O Brasil exportou muito grão entre outubro do ano passado e janeiro deste ano, um período em que historicamente os EUA são mais competitivos”, diz.
Outro destaque do relatório do USDA foi a revisão para cima dos estoques finais americanos, estimados em 15,09 milhões de toneladas, volume 9,8% maior que a estimativa feita em janeiro. “Esse aumento é resultado da redução da projeção de exportação em 4,2% e da moagem em 0,5%”, afirmou Sayeg.