Redação AI (03/03/06)- Os Estados Unidos consideram inevitável a chegada de aves migratórias infectadas com o vírus H5N1 da gripe aviária e estão tomando todas as medidas para minimizar os riscos de uma pandemia entre os seres humanos. “Devemos esperar a chegada aos Estados Unidos de uma ave infectada com este vírus e o governo federal toma as medidas para se preparar o melhor possível” para essa eventualidade, assegurou ontem (02) Julie Gerberding, diretora do CDC (Centro Federal de Controle e Prevenção de Doenças), em audiência no Congresso.
Além do fato de que a epizootia “se propaga de forma acelerada num número crescente de países”, Gerberding destacou que “o vírus (H5N1) evoluiu e a cepa inicial originária do Vietnã é geneticamente diferente da que infecta as aves na Europa”. “Enfrentamos um vírus da gripe aviária que não é passageiro, é altamente patogênico, e contra o qual nenhum humano tem um sistema imunológico natural”, acrescentou Gerberding, ao qualificar a situação atual como “não muito boa”.
Para tentar conter a epizootia e uma possível pandemia, a estratégia do governo americano consiste “numa estreita colaboração com a comunidade internacional”, insistiu. “Esta estratégia baseia-se no princípio segundo o qual uma ameaça que apareça em qualquer parte do planeta é uma ameaça para os Estados Unidos” e, por isto, o país deve estabelecer uma rede de vigilância para detectar rapidamente o risco e intervir com rapidez, prosseguiu a diretora do CDC. O CDC tem escritórios técnicos em 45 países e 18 plataformas regionais no mundo.
Gerberding afirmou que, diante “dos primeiros sinais de transmissão constante do vírus (H5N1) de pessoa para pessoa no mundo, o governo americano deverá investir todos os meios para tentar conter a primeira epidemia”.
No mundo foram registradas até agora 200 pessoas infectadas com o vírus H5N1 por contato com aves doentes, sendo que a metade morreu. Até o momento, não ocorreu um único caso de transmissão de pessoa a pessoa, mas segundo as autoridades sanitárias o vírus pode mudar até adquirir esta capacidade.
“Se não conseguirmos conter a propagação de uma epidemia, nossa última linha de defesa será utilizar nossas estações de quarentena, agora em construção, para tentar atrasar a entrada do vírus em nosso território”, acrescentou Gerberding. “Isto deveria nos permitir ganhar tempo para aumentar ainda mais nossa capacidade de resposta e preparar uma vacina”, além de aumentar a existência de antivirais como o Tamiflu, disse. (AFP)