Redação (18/03/2008)- O governo de Cuba suspendeu parcialmente uma proibição para que os produtores rurais passem a comprar insumos, na mais nova demonstração de que o novo presidente, Raúl Castro, aposta na iniciativa individual para estimular a produção de alimentos.
Fontes do meio agrícola, disseram à Reuters nesta segunda-feira que Cuba pretende abrir lojas para que fazendeiros comprem ferramentas, pesticidas, botas e outros materiais pela primeira vez desde que o Estado se apropriou de todos as lojas de produtos agrícolas na década de 1960.
"Pela primeira vez, todos os materiais não estão sendo distribuídos pelo governo. É uma quebra no monopólio e centralização que com certeza irá se espalhar", disse um especialista em agricultura local que pediu para não ser identificado.
"Não parece muito, mas é um primeiro passo muito importante", afirmou o especialista.
Raúl Castro tem levantado esperanças de mudanças econômicas no país desde que se tornou o novo líder cubano em quase meio século, ao assumir a presidência deixada por seu irmão adoecido, Fidel Castro, no dia 24 de fevereiro.
Poucos analistas esperam uma nudança radical do Estado de um só partido, mas muitos prevêem que Raúl Castro seguirá medidas para tornar a economia, regida pelo Estado, mais eficiente.
Raúl Castro, de 76 anos, disse que acredita que Cuba deve produzir mais comida e cortar importações dos Estados Unidos e de outros países. Ele prometeu revogar restrições que impeçam a produção.
"A prioridade do país será prover necessidades básicas para a população", disse ao assumir o cargo.
Com importações de alimentos chegando a quase 2 bilhões de dólares e com as reclamações dos cubanos com as altas dos preços, Raúl Castro colocou a agricultura no topo de suas prioridades.
Segundo fontes locais, companhias administradas pelo Estado recentemente mandaram representantes ao exterior para comprar ferramentas, maquinaria manual, materiais para cercas, sementes e fertilizantes para a venda em lojas do país.