Redação (28/03/2008)- O envolvimento da sociedade no debate científico sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) foi o principal objetivo da reunião promovida nesta quinta-feira (27), em Brasília, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Técnicos explicaram aos segmentos da sociedade os riscos ambientais e sociais dos transgênicos.
O projeto piloto do feijão resistente ao “mosaico dourado”, desenvolvido pela Embrapa, foi apresentado. O “mosaico dourado” é um vírus que ataca a cultura do feijão e ocorre em quase todas as regiões brasileiras, podendo causar perdas de até 100% da produção.
De acordo com a pesquisadora da unidade Meio Ambiente da Embrapa, Deise Capalbo, nada melhor que avaliar os impactos sociais de uma pesquisa, partindo das considerações daqueles que vão ser diretamente afetados pelo produto. “Com isso será possível visualizar as preocupações da sociedade, buscar respostas, criar mecanismos eficientes de como chegar até a população, quais os principais pontos a serem esclarecidos, quais pesquisas desenvolver, enfim tornar o processo mais eficiente”.
Para a presidente da Associação das Donas-de-Casa de Goiás, Maria das Graças Santos, os transgênicos são um assunto novo. “O momento é de conhecer e aprender. O feijão é um dos produtos mais importantes para nós donas-de-casa, que nos preocupamos com a possibilidade dele desaparecer da nossa mesa. Por isso vou aproveitar ao máximo a oportunidade e levar o maior número de informações possível para as colegas de todo o Brasil”.
A iniciativa também foi elogiada pelos produtores de feijão. Para o representante de Paracatú (MG), Jeferson Appel, o debate vai acabar com o mito de que os transgênicos representam um mal para a sociedade. “Minha expectativa é muito boa. Eu espero que os frutos dessa oficina venham a contribuir para acelerar a liberação de feijão transgênico no Brasil.”