O Banco Mundial projeta mais do que duplicar seus empréstimos para a agricultura de países em desenvolvimento. Entre 2006 e 2008, a média anual foi US$ 4,1 bilhões, e de 2010 a 2012, essa média deverá saltar para algo próximo de US$ 8,3 bilhões.
Participando como observador do Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), o banco alertou que, embora as matérias-primas tenham recuado em relação às máximas históricas registradas em meados do ano passado, pouco antes do aprofundamento da crise financeira global, as cotações continuam voláteis.
Em geral, além de voláteis as cotações continuam acima das médias históricas observadas até 2007, quando a disparada que levou aos picos de meados de 2008 tornou-se mais aguda. A soja é um bom exemplo. Na bolsa de Chicago, a média até 2007 era de cerca de US$ 6 por bushel. O valor chegou a US$ 16, e hoje, em Chicago, o grão é negociado em torno de US$ 10 por bushel.
Nesse cenário, os preços dos alimentos em diversos países permanecem substancialmente mais elevados do que em anos anos anteriores. Muitos analistas acreditam que, no longo prazo, a oferta crescerá e ajudará a conter fortes elevações como a que resultou nos recordes de 2008, mas há quem veja nos preços atuais um patamar que pode se consolidar por conta do crescimento dos emergentes.
O Banco Mundial chama a atenção para os efeitos negativos desta alta de preços, vinculando a situação com o menor consumo de calorias, o avanço da má nutrição e mesmo de uma alimentação miserável. Assim, a instituição volta a preconizar a liberalização do comércio agrícola mundial, inclusive porque os desafios para a segurança alimentar vão persistir por um bom tempo.
O banco reclama que os pesados subsídios em países ricos têm deprimido a produção em países em desenvolvimento, e que por isso é mais do que nunca necessário concluir a Rodada Doha de negociações globais.