O Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou que pesquisadores reclassificaram o número de cepas do vírus da peste suína africana de 25 para apenas seis genótipos únicos. Essa inovação científica pode redefinir a forma como pesquisadores em todo o mundo classificam isolados do vírus da peste suína africana (PSA) e facilitar o desenvolvimento de vacinas que correspondam às diferentes cepas circulantes em áreas endêmicas de PSA em todo o mundo.
“Anteriormente, 25 genótipos diferentes do vírus foram identificados em todo o mundo”, disse o cientista sênior do ARS, Douglas Gladue. “Nossa equipe de pesquisa reavaliou recentemente todas as sequências de DNA do vírus disponíveis publicamente e descobriu que a maioria dos genótipos originalmente identificados como novos não foi corretamente identificada nem comparada aos genótipos já existentes do vírus da peste suína africana. Com base nesta análise, há na verdade menos genótipos únicos do que a comunidade de pesquisa de ASF acreditava, o que significa que há menos diversidade do vírus da peste suína africana afetando comunidades em todo o mundo. Essas informações são importantes, pois podem reduzir o número de vacinas anteriormente considerado necessário para proteger contra todos os genótipos do vírus da peste suína africana.”
A classificação precisa dos vírus é fundamental para investigações epidemiológicas e o desenvolvimento de contramedidas economicamente viáveis, incluindo a concepção de vacinas para cepas únicas do vírus da peste suína africana.
Esse esforço em larga escala envolveu pesquisadores do ARS reanalisando mais de 12.000 isolados históricos e atuais do vírus produzidos por laboratórios de PSA em todo o mundo. O esforço foi possível com o poder computacional do SciNet, que é o cluster de supercomputadores do ARS para resolver problemas de grandes volumes de dados agrícolas.
Embora o vírus esteja causando perdas econômicas significativas para a indústria suína global, não houve surtos nos Estados Unidos. O vírus altamente contagioso se espalhou da África para a República da Geórgia em 2007 e desde então varreu a Europa, a República Dominicana e a Ásia, antes de chegar à África do Sul no início de 2023. O vírus não é capaz de se transmitir de suínos para humanos.
Esta pesquisa é destacada na edição deste mês da revista Viruses e inclui contribuições de pesquisa e desenvolvimento do National Bio and Agro-Defense Facility, da Canadian Food and Inspection Agency e da Makerere University em Uganda.
Fonte: The Pig Site.