mbaixadores e chefes de missão de 18 países da América Latina e do Caribe, do Canadá, dos Estados Unidos e da Espanha apoiaram as ações do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em prol da segurança alimentar e manifestaram a necessidade de assegurar o diálogo e os entendimentos regionais para enfrentar a disparada dos preços dos alimentos e da energia, principalmente com a guerra no Leste Europeu em curso.
Em encontro na Costa Rica, o diretor geral do IICA, Manuel Otero, falou sobre os efeitos da crise entre Rússia e Ucrânia nos sistemas agroalimentares das Américas, destacando que esse contexto se soma às graves consequências econômicas e sociais que foram produzidas por mais de dois anos de pandemia e pelo agravamento da crise climática. “Assistimos a uma superposição de crises. Estamos superando a crise imposta pela Covid-19, mas a situação climática é realmente muito séria. A seca impactou praticamente 50% da produção de grãos do Paraguai, afetou severamente o Brasil e a Argentina e regiões do Chile enfrentam um estresse hídrico não visto há mais de uma década”, considerou Otero.
Diante do cenário, o diretor geral do IICA ressaltou que “a roda da agricultura deve continuar a girar”, e lembrou que a conjuntura coloca a segurança alimentar e a atividade agropecuária e rural no topo da agenda global. “É hora de passar do consenso à ação. Devemos atuar e promover o comércio e a integração regional, e assumir que o caminho para o desenvolvimento sustentável torna indispensável o investimento em ciência, tecnologia e inovação”, afirmou.
Por sua vez, a vice-chanceler das Relações Exteriores da Costa Rica, Adriana Bolaños, apontou que “vivemos na região mais desigual do mundo, e a situação da Rússia e da Ucrânia acaba por afetar os países mais vulneráveis e os grupos mais vulneráveis de nossos países”, indicou. Abordando problemas como a mudança do clima e os fluxos migratórios ela ainda acrescentou: “quando não temos nossos povos bem alimentados, isso é um terreno fértil para outros cenários muito mais graves”.