O último painel promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) na segunda-feira (11) durante a 28ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28, concentrou-se na crescente importância do cooperativismo e do associativismo, além do papel crucial de sua política comercial na busca pelo desenvolvimento sustentável. A gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, participou do debate, destacando os diferenciais do cooperativismo, suas contribuições para a economia verde e os desafios que precisam ser enfrentados para fortalecer sua representatividade.
O painel intitulado “As contribuições da Economia Social e Solidária para os ODS: o papel da política comercial” foi conduzido por Claudia Contreras, diretora de Assuntos Econômicos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Os participantes incluíram Chantal Line Carpentier, chefe de Comércio, Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da Unctad; Cintia Kulzer, professora da Universidade dos Emirados Árabes; e Dhanush Dinesh, chefe da organização não-governamental holandesa Clim-Eat.
Claudia ressaltou que as empresas de economia solidária, ao atuarem em diversos setores econômicos e integrarem dimensões sociais, econômicas e ambientais, podem contribuir para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU. Ela provocou os debatedores a explorar como a política comercial dessas organizações pode apoiar esses objetivos. Chantal mencionou uma força-tarefa dos estados-membros da ONU que trabalha para disseminar a importância da economia solidária e desenvolver políticas públicas que incentivem modelos de negócios democráticos, focados em benefícios sociais.
Fabiola enfatizou o princípio cooperativista de prioridade nas pessoas, destacando que as cooperativas promovem desenvolvimento econômico, solução de problemas sociais, inovação e empoderamento de pequenos negócios. Ela apresentou exemplos de cooperativas brasileiras atuando no mercado exterior, como a Aurora e a Cooxupé.
Cintia abordou as dificuldades enfrentadas pelas empresas de economia solidária, como a concessão de incentivos fiscais, acesso a financiamento público e integração de especificidades nos sistemas de contratação pública. Ela destacou a importância da capacitação técnica para aproveitar os benefícios oferecidos pelos órgãos governamentais.
Dhanush enfatizou o desafio da capacitação, afirmando que atrair fundos é mais fácil quando se sabe como fazer, mas o processo é complexo e exige especialidades. Ele compartilhou sua experiência na Holanda e ressaltou a dificuldade de obter financiamento mesmo para necessidades pessoais.
Para saber mais sobre a presença do cooperativismo na COP 28, visite o site Cooperação Ambiental.
- Acompanhe a Gessulli Agrimídia também no Instagram e fique por dentro de todas as novidades.