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CLIMA

Estudo alerta para a necessidade de nova escala de medida diante de ciclones cada vez mais fortes

Estudo alerta para a necessidade de nova escala de medida diante de ciclones cada vez mais fortes

Os ciclones têm novamente chamado a atenção nos últimos dias no Brasil, com a temporada do fenômeno no Atlântico Sul entre os meses de novembro e abril. No entanto, há alguns anos, mudanças significativas na potência e frequência dos fenômenos em todo o mundo têm preocupado a comunidade científica.

Um estudo recente conduzido por especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts destaca a urgência de atualizar a escala Saffir-Simpson, que atualmente classifica a intensidade dos ventos nos ciclones tropicais em cinco categorias. Os pesquisadores propõem a adição de um novo grau à escala.

A quinta e última categoria agrupa os fenômenos com ventos de velocidade igual ou superior a 70 m/s. No entanto, segundo o estudo, esse sistema de classificação apresenta uma fragilidade, especialmente considerando o aumento exponencial do potencial destrutivo do vento, que se intensifica em um mundo em aquecimento, onde os picos de velocidade dos eventos estão mais intensos.

Publicado na PNAS, revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o estudo argumenta que o aquecimento global está influenciando eventos extremos e enfatiza a necessidade urgente de adaptação a esse novo cenário.

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Os especialistas afirmam que as mudanças climáticas têm contribuído para tornar os ventos dos ciclones tropicais mais intensos. No entanto, essa afirmação não é unânime na comunidade científica. O meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ressalta a dificuldade em estabelecer com certeza os impactos do aquecimento global nos fenômenos climáticos.

Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts sugerem a criação de um sexto grau na escala Saffir-Simpson para ciclones com ventos acima de 86 m/s, além de reclassificar aqueles que ultrapassem esse novo limite. Eles argumentam que uma série de tempestades recentes já atingiu ou excedeu essa marca hipotética.

De acordo com o 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a proporção global de ciclones tropicais das categorias 3 a 5 e a frequência de eventos de rápida intensificação aumentaram nos últimos 40 anos, com metade dos ciclones classificados como categoria cinco ocorrendo nos últimos 17 anos, sendo cinco deles excedendo a categoria hipotética seis, todos após 2012.