O El Niño, estabelecido em junho de 2023, está se aproximando do fim, após causar enchentes históricas e fatais no Sul do Brasil, incluindo a maior catástrofe climática no Rio Grande do Sul. Durante o pico do fenômeno, também foi registrada uma severa seca na região amazônica.
Com uma safra marcada pelas interferências do El Niño, os produtores brasileiros estão em alerta para as próximas condições climáticas. O La Niña está previsto para se estabelecer no segundo semestre de 2024.
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), há uma chance de 49% do fenômeno chegar entre junho e agosto, e 69% entre julho e setembro, indicando um breve período de neutralidade climática.
De acordo com Desirée Brandt, meteorologista da Nottus, o La Niña tradicionalmente promove mais seca no Sul do Brasil e chuvas melhor distribuídas no Centro-Oeste. No entanto, o fenômeno também pode aumentar as chances de invernadas, com períodos frios e chuvosos durante o verão, afetando a colheita.
“Ainda é uma perspectiva que precisará ser monitorada nos próximos meses para confirmação. Por enquanto, os modelos climáticos estão apontando algo dentro do normal, sem atrasos, e até indicando uma condição úmida para outubro”, afirmou Brandt.
A principal preocupação dos produtores é a possível redução de chuvas durante o desenvolvimento da soja, o que pode prejudicar o crescimento e a produtividade das lavouras. A previsão da formação do La Niña no segundo semestre precisa de monitoramento constante para avaliar seu impacto na safra 2024/25.
Historicamente, o La Niña tende a trazer menos chuva para o Sul e mais para o Norte e Nordeste do Brasil. No Sudeste e Centro-Oeste, há chances de períodos frios e chuvosos, o que pode atrasar o início do período úmido, mas também prolongá-lo.