No primeiro semestre, os exportadores brasileiros de carne de frango experimentaram margens mais altas, impulsionadas por uma combinação de fatores favoráveis. Custos mais baixos em comparação com o ano anterior, a valorização do dólar e uma redução nas exportações dos Estados Unidos contribuíram significativamente para essa rentabilidade.
Nos EUA, o aumento dos preços da carne bovina aumentou a demanda por frango, levando as empresas a direcionar mais aves para o mercado interno. Isso abriu espaço para que o Brasil aumentasse suas exportações, especialmente de cortes como peito e pernas, tradicionalmente atendidos pelos norte-americanos.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que países da América Latina, como México e Chile, aumentaram suas compras de carne de frango do Brasil nos últimos meses, respondendo à redução das exportações dos EUA.
Entre janeiro e maio, as exportações de aves dos EUA caíram 9,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do USDA. Para o ano todo, o USDA estima uma queda de 7% nas exportações de frango dos EUA, refletindo uma mudança significativa no mercado internacional.
Além dos benefícios das margens mais altas para os cortes específicos, a valorização do dólar também tem melhorado a rentabilidade para os exportadores brasileiros quando convertida para reais. No entanto, a desvalorização recente do real pode começar a pressionar os preços em dólares, à medida que importadores buscam descontos devido ao peso significativo do Brasil no comércio global de frango.
Apesar de um aumento leve no volume de exportações no primeiro semestre, a receita em dólares com os embarques caiu 10%, refletindo os desafios cambiais e de mercado enfrentados pelos exportadores brasileiros de carne de frango.