Recentemente, os membros da equipe FishEthoGroup, Caroline Marques Maia e João L. Saraiva, em colaboração com Jenny Volstorf e Eliane Gonçalves de Freitas, publicaram um artigo intitulado “Surveying the Welfare of Farmed Fish Species on a Global Scale Through the Fair-Fish Database” no Journal of Fish Biology.
O bem-estar dos peixes é um tema essencial para a indústria aquícola, que está em rápido crescimento. Conhecer o comportamento natural das espécies e as condições em que são cultivadas é crucial para melhorar seu bem-estar na aquicultura. Diante disso, para proporcionar uma visão geral consistente do bem-estar dos peixes de cultivo, a organização fair-fish criou a plataforma online fair-fish database, que reúne informações sobre o comportamento das espécies aquáticas cultivadas.
Os Welfare Checks (Verificações de Bem-estar) nesta plataforma são perfis baseados em critérios que avaliam a probabilidade e o potencial de cada espécie de alcançar um alto nível de bem-estar nos sistemas de aquicultura, além da certeza desses resultados. Essas avaliações resultam em uma pontuação (Welfare Score), que ajuda a identificar lacunas de conhecimento, avaliar o bem-estar e sugerir melhorias. Neste estudo, os pesquisadores analisaram as espécies com Welfare Checks já publicados na base de dados fair-fish, com base em suas respectivas Welfare Scores.
Os pesquisadores descobriram que, em geral, embora apenas uma pequena porcentagem de espécies aquáticas cultivadas (cerca de 5%) tenha pelo menos 20% de chances de experimentar um bom nível de bem-estar em condições mínimas de aquicultura, 60% têm algum potencial para alcançar um bom bem-estar em condições de alto nível, e mais de um terço das espécies (aproximadamente 37%) têm pelo menos 20% de potencial. No entanto, enfatizaram que muitas espécies ainda apresentam baixa probabilidade e potencial para alcançar bons níveis de bem-estar na aquicultura, além de um baixo grau de certeza baseado em revisões bibliográficas. Além disso, muitas outras espécies têm perfis com informações pouco claras ou inexistentes.
Portanto, os pesquisadores concluíram que o estado atual do bem-estar é insatisfatório para a maioria das espécies aquáticas cultivadas, mas existe um potencial significativo de melhoria. No entanto, é pouco provável que muitas das espécies alcancem um bom bem-estar, mesmo em condições ideais. Ainda há grandes lacunas de conhecimento que precisam ser preenchidas para uma avaliação precisa do bem-estar de várias espécies cultivadas.
Fonte: InfoPeixe