O governo Biden intensificou os esforços para evitar uma greve iminente nos portos das costas leste e do Golfo dos Estados Unidos, marcada para ocorrer na terça-feira, caso as negociações entre o sindicato e os empregadores não avancem. Autoridades da Casa Branca solicitaram que ambos os lados negociassem de boa-fé para garantir um novo acordo contratual antes do prazo de 30 de setembro, informou uma fonte do governo nesta sexta-feira.
Os portos em questão, que se estendem do Maine ao Texas, movimentam mais da metade do comércio marítimo dos EUA, sendo cruciais para o fluxo de mercadorias. Uma paralisação nesses portos pode impactar severamente a economia do país, com perdas estimadas em até US$ 5 bilhões por dia, de acordo com uma análise do JPMorgan.
As negociações entre a Associação Internacional de Estivadores (ILA), que representa 45.000 trabalhadores portuários, e a United States Maritime Alliance (USMX), que defende os empregadores, chegaram a um impasse, principalmente em relação às demandas salariais. Na sexta-feira, o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, a secretária interina do Trabalho, Julie Su, e a principal conselheira econômica da Casa Branca, Lael Brainard, realizaram uma reunião com a USMX, destacando a urgência de um acordo para evitar a paralisação.
Na quinta-feira, a USMX registrou uma queixa de prática trabalhista contra a ILA, acusando o sindicato de se recusar a retomar as negociações antes do prazo final. Enquanto isso, líderes sindicais reafirmaram que seus membros cruzarão os braços em todos os 36 portos abrangidos pelo contrato caso os empregadores não concordem com aumentos salariais substanciais.
Além do impacto no comércio geral, o setor agrícola também manifestou preocupação com os efeitos potenciais da greve. Quase 200 organizações agrícolas enviaram uma carta à Casa Branca nesta sexta-feira, solicitando que o governo aborde as questões da cadeia de suprimentos agrícola, que já enfrenta desafios significativos.