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Influenza Aviária

Austrália e Nova Zelândia intensificam medidas contra possível chegada da Influenza Aviária

Austrália e Nova Zelândia intensificam medidas contra possível chegada da Influenza Aviária

Austrália e Nova Zelândia estão adotando medidas preventivas contra a chegada de uma cepa perigosa da gripe aviária, reforçando a biossegurança em fazendas, monitorando aves costeiras para detectar doenças, vacinando espécies vulneráveis e desenvolvendo planos de resposta.

A Oceania é a única região do mundo ainda livre do vírus H5N1 subtipo 2.3.4.4b, que causou a morte de centenas de milhões de aves e milhares de mamíferos desde 2020, após sua disseminação na Ásia, Europa e África. Embora a geografia favoreça a proteção da região, estando fora das principais rotas migratórias de aves grandes, como gansos, o vírus chegou à Indonésia em 2022 e à Antártida em 2023.

Cientistas alertam que, especialmente na Austrália, o vírus pode ser transportado por aves migratórias menores durante a primavera, entre setembro e novembro. A comissária de Espécies Ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente da Austrália, Fiona Fraser, afirmou que essa ameaça pode impactar significativamente os ecossistemas do país, colocando espécies vulneráveis em risco de extinção.

As autoridades temem um cenário de mortes em massa entre aves e mamíferos, como leões-marinhos e cisnes negros, além da perda de milhões de aves de criação. Apenas nos Estados Unidos, mais de 100 milhões de galinhas e perus foram mortos ou abatidos devido ao H5N1, gerando perdas econômicas estimadas em até US$ 3 bilhões até o final de 2023. O vírus também causou a morte de milhares de focas, leões-marinhos e aves selvagens, além de infectar gado e, em raras ocasiões, humanos.

Na Nova Zelândia, autoridades afirmam que o país provavelmente não conseguirá evitar a chegada do vírus por muito tempo, apesar de seu isolamento geográfico. A veterinária-chefe do Ministério das Indústrias Primárias, Mary van Andel, destacou que a proteção natural oferecida pela geografia do país não será suficiente indefinidamente.

Ambos os países têm intensificado os preparativos. Na Austrália, uma força-tarefa foi criada para coordenar os esforços entre diferentes órgãos governamentais, e exercícios de simulação de surtos de H5N1 foram realizados. Na Nova Zelândia, testes com vacinas em aves nativas ameaçadas estão sendo realizados, com potencial para aplicação em mais espécies. A Austrália também está desenvolvendo opções para vacinar aves selvagens ameaçadas mantidas em cativeiro.

As fazendas nos dois países estão adotando medidas rigorosas de biossegurança, como o monitoramento de funcionários, esterilização de água e equipamentos, e instalação de sistemas automatizados para afastar aves selvagens.

Embora a Austrália já tenha enfrentado surtos de gripe aviária, eles envolveram cepas menos agressivas. A Nova Zelândia, por outro lado, nunca registrou casos de gripe aviária altamente patogênica. No entanto, ambos os países estão aprendendo com as experiências internacionais para melhorar sua preparação.

Autoridades ressaltam que, apesar dos esforços, eventos de mortalidade em larga escala entre a fauna selvagem são uma possibilidade real.