A JBS assinou um memorando de entendimento com o governo da Nigéria para investir no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis no setor de alimentos no país africano. O acordo prevê a criação de um plano de investimento de cinco anos.
O projeto inclui estudos de previsões, elaboração de projetos para as fábricas, estimativas de orçamento e estratégias para organizar a cadeia de suprimentos. O plano contempla a construção de seis unidades de produção: três externas para aves, duas para bovinos e uma para suínos. O investimento total será de US$ 2,5 bilhões.
A participação no projeto será dividida em 55% para a JBS, enquanto o governo nigeriano e investidores locais terão os 45% restantes. Atualmente, a produção de proteína no país representa 10% do PIB e atende 40% da demanda interna por alimentos.
Impacto no mercado e no contexto econômico
Após o anúncio, as ações da JBS (JBSS3) registraram alta de 2,86%, sendo negociadas a R$ 36,65 na última sexta-feira (22). A Nigéria, maior economia da África e país mais populoso do continente, conta hoje com mais de 250 milhões de habitantes. De acordo com as Nações Unidas, a população deverá chegar a 400 milhões até 2050.
O PIB nigeriano, atualmente em US$ 363,82 bilhões, tem potencial de crescimento para atingir US$ 1 trilhão no mesmo período. Apesar dessa perspectiva, o país enfrenta desafios relacionados à insegurança alimentar, com cerca de 24,8 milhões de pessoas em situação de fome, segundo dados do Programa Mundial de Alimentos (WFP). Na África Subsaariana, 76% das pessoas estão em extrema pobreza, dependentes da agricultura para sobrevivência.
Projeções do Goldman Sachs
O Goldman Sachs avaliou o investimento como uma oportunidade estratégica para a JBS, considerando o crescimento populacional da Nigéria. A operação no país pode, a longo prazo, alcançar resultados semelhantes aos obtidos pela Seara, fortalecendo a presença da empresa em mercados internacionais e diversificando suas operações.
Na região, o consumo médio diário de proteína é de 45,4 g por pessoa, abaixo do recomendado pelas Nações Unidas. Esse déficit é influenciado por fatores como inflação de alimentos, mudanças climáticas e conflitos locais. O novo projeto busca reduzir essas limitações e atender à crescente demanda por alimentos no país.