A Cooperação Sul-Sul é crucial para enfrentar as causas da insegurança alimentar, da desnutrição e da degradação ambiental nessas regiões e no mundo. Essa foi uma das principais constatações do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que participou da Cúpula Anual do Fórum da Revolução Verde Africana (AGRF, na sigla em inglês), encerrada ontem (12), em Kigali, capital de Ruanda.
“Quanto mais profunda é a crise, mais cooperação é necessária”, disse em comunicado o diretor geral do IICA, Manuel Otero, em relação à confluência da mudança do clima, dos duradouros efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19 e dos aumentos de preços de energia, alimentos e fertilizantes pelo conflito bélico no Leste Europeu.
Otero se concentrou no que a África e as Américas têm em comum, que somam 39% das florestas do mundo e 51% do estoque de carbono, além de grande parte dos ecossistemas de valor ambiental e produtivo do planeta. “Estamos aqui para transformar esse potencial em ação, de maneira que sirva para melhorar a qualidade de vida dos que vivem nas zonas rurais”, afirmou.
A presidente da Parceria para uma Revolução Verde na África (AGRA) e enviada especial do secretário da ONU para a Cúpula de Sistemas Alimentares de 2021, Agnes Kalibata, destacou que a Cooperação Sul-Sul já está acontecendo há tempo, mas que hoje o mundo vive um momento especialmente crítico que obriga a aprofundá-la.
“Hoje a pergunta é: como caminhamos juntos? Já temos vários projetos conjuntos que beneficiam países africanos, latino-americanos e caribenhos. Em meu país, a Ruanda, temos uma grande conexão com o Brasil que tem nos ensinado como a agricultura pode contribuir para o desenvolvimento econômico. Temos que nos conhecer melhor e, quanto mais avançamos, mais crescemos”, declarou Agnes Kalibata.