Maior companhia de carnes do mundo, a JBS projeta que os investimentos que fez nos últimos anos na construção de fábricas e frigoríficos darão retorno em 2023, à medida que essas plantas começarem a operar. No terceiro trimestre deste ano, a empresa desembolsou R$ 2,97 bilhões em seu projeto de expansão, quase 15% a mais do que investiu no mesmo período de 2021.
“Temos boa safra de crescimento pela frente e não teremos que fazer grandes investimentos em capex”, afirmou nesta sexta-feira o CEO global da empresa, Gilberto Tomazoni, em teleconferência com analistas de mercado. “Temos uma rampa para subir, mas há um grande potencial para que esses investimentos alavanquem o crescimento da companhia”.
No terceiro trimestre, lucro líquido da empresa recuou 47,1% em comparação com o mesmo período de 2021, para R$ 4 bilhões. Mas, mesmo com a queda, a diretoria ainda considerou o resultado sólido, principalmente porque o desempenho da companhia entre julho e setembro do ano passado havia sido “fora da curva”, com margens muito maiores nos Estados Unidos.
A receita líquida global aumentou 6,8% no terceiro trimestre, para R$ 98,9 bilhões, um novo recorde para a empresa. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 31,5%, para R$ 9,55 bilhões, com margem de 9,6%. Na teleconferência, os analistas queriam saber quais as perspectivas para o negócio de bovinos em território americano, onde o ciclo pecuário aponta para uma queda na oferta de gado e, consequentemente, aumento de custos para a indústria.
A JBS Beef reportou uma diminuição de 5,2% no trimestre passado, para US$ 5,6 milhões. O Ebitda, por sua vez, foi 73,1% menor, somando US$ 403 milhões, com margem de 7,3%.
“As margens nos EUA estão voltando para o patamar em que sempre operamos”, frisou Wesley Batista Filho, em sua primeira teleconferência como presidente global de operações da JBS. “Não tem a ver com a demanda, que está forte, mas com o ciclo pecuário, o que é normal dentro do negócio”.