“O cooperativismo do ramo agropecuário, da indústria de transformação de alimentos, gera riquezas e proporciona renda e qualidade de vida para a comunidade.” A frase consta na placa de inauguração descerrada por autoridades e lideranças na estrutura da Cooperativa Languiru na área portuária de Estrela. A solenidade ocorreu na manhã desta sexta-feira, dia 16 de dezembro, e ainda reuniu associados, empregados, imprensa e parceiros.
Novo negócio
Ao fazer uso da palavra, o presidente Dirceu Bayer destacou o ingresso da Languiru no segmento de grãos. “A inauguração deste espaço representa, acima de tudo, um ato importante para a região. A Cooperativa aposta num segmento novo, gerando impostos e renda para o Vale do Taquari, o que contribui para a sustentabilidade da Cooperativa e de seus associados”, endossou.
Também falou do momento de dificuldade, atual realidade do segmento da proteína animal. “Ao longo da história, crescemos muito com os segmentos de carne e leite, investimos muito no nosso parque industrial para atender o novo mercado consumidor, mas os últimos dois anos, de pandemia, nos mostraram que, mesmo com toda a nossa diversificação de negócios, essa não tem sido a solução”, disse, reafirmando que o novo empreendimento traz expectativas positivas. “O agronegócio é visto como o pilar da economia brasileira, e realmente é, mas nisso estão as commodities, milho e soja, que têm vivenciado bons tempos. A indústria de transformação do agronegócio é uma ’ilustre desconhecida’ desse sistema. Por isso, esse novo empreendimento é uma reengenharia da Languiru, contemplando um setor rentável e de enorme potencial”, concluiu.
Retomada
O prefeito de Estrela, Elmar Schneider, valorizou a retomada da área portuária. “É um trabalho iniciado já na gestão passada, com a municipalização e chamamento público para aproveitamento da infraestrutura e desenvolvimento do local por parte da iniciativa privada, rentabilizando as instalações, gerando empregos e mostrando o potencial de Estrela.”
O chefe do Executivo ainda defendeu o cooperativismo. “Esse é o melhor caminho. Dificuldades, todos passamos, mas juntos temos a possibilidade de crescer e se desenvolver”, afirmou.
Transporte
A presidente da Empresa Logística de Estrela (E-Log), Elaine Strehl, também se disse feliz com o acréscimo da Languiru ao complexo portuário. “Isso incentiva outras empresas a contribuir com esse espaço, que por algum tempo esteve ‘adormecido’. Todo este local carece de empresas, e a Languiru é mais um importante passo para esse desenvolvimento”, parabenizou, defendendo o incentivo aos diferentes modais de transporte, que precisam de atenção especial do Estado.
Cooperativismo
O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Darci Hartmann, enalteceu a força do cooperativismo para o desenvolvimento do Estado, valorizou o trabalho da Languiru e também falou das dificuldades enfrentadas pelo segmento da proteína animal. “Os desafios são muito grandes e intensos, com uma estrutura bastante complexa para ser administrada. As nossas cooperativas, além da dificuldade de competitividade pela localização no Sul do Brasil, ainda precisam enfrentar a distância dos grandes centros consumidores. Precisamos compensar essas dificuldades com apoio do Estado”, alertou.
Caminhando lado a lado
O vice-governador do Rio Grande do Sul eleito, Gabriel Souza, citou ações de incentivo e apoio à agricultura familiar e ao cooperativismo. “A Languiru foi construída com o suor de muitos trabalhadores ao longo de décadas e, valorizando empreendimentos como esse e a pequena agricultura, o governador Eduardo Leite já anunciou que teremos a Secretaria do Desenvolvimento Rural. Quando vivemos momentos de crise, também são geradas oportunidades, e o Governo do Estado está junto das cooperativas gaúchas, da Cooperativa Languiru. O setor da proteína animal passa por dificuldades, estamos ouvindo as demandas, conversando com quem entende do assunto em cada um dos setores, para depois prepararmos soluções”, afirmou, mencionando a desorganização da cadeia produtiva a partir da pandemia, o alto custo com logística e os prejuízos ocasionados pela estiagem.
Souza ainda defendeu o setor primário e o cooperativismo como forças da economia gaúcha, além de citar investimentos em logística portuária. “O Porto de Estrela está na carteira estratégica de projetos do programa Cresce RS. No futuro quero chegar aqui e ver barcaças carregando os produtos que serão exportados do Vale do Taquari”, finalizou.
Languiru na área portuária de Estrela
O anúncio da Languiru junto à estrutura portuária de Estrela e o ingresso no segmento de grãos ocorreu em novembro, por ocasião do aniversário de 67 anos da Cooperativa. São 9,6 hectares de área, com infraestrutura de dez silos verticais metálicos com capacidade para três mil toneladas cada, e mais um armazém graneleiro, com capacidade para 30 mil toneladas de grãos, totalizando 60 mil toneladas de capacidade estática; dois secadores de grãos; duas moegas, uma delas com tombador para caminhão bitrem; balança rodoviária; e prédios anexos que podem ser utilizados para depósito de ensacados, farelos, insumos, grãos em geral e ponto de venda para o associado.
O local atende necessidade da Cooperativa para recebimento, processamento, limpeza, secagem, armazenagem e expedição de grãos, especialmente milho e soja. A infraestrutura deve estar adequada a receber a produção de associados e demais agricultores de todo Rio Grande do Sul já nesta safra, a partir de janeiro de 2023. Neste momento o local passa por manutenção preventiva que lhe permita o início da operação.
A Languiru ainda possui parceiros comerciais em diversos municípios com estruturas para o recebimento da safra de grãos, como Taquari, Cruzeiro do Sul, General Câmara, Vale Verde, Rio Pardo, entre outros, além de unidades próprias em Teutônia, Estrela e Venâncio Aires.